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Após o
fracasso dos caças LaGG-1 e LaGG-3, que mostraram tão
sofríveis a ponto dos pilotos os apelidarem, em alusão
à sigla LaGG, de Lakirovanii Garantirovanni Grob
( Caixão Garantido Envernizado), o projetista
Lavochkin decidiu adotar o novo motor radial M-82, fazendo
experiências numa célula de LaGG-3.
Os primeiros resultados
não foram muito bons, mas estava clara a necessidade de maiores
estudos a fim de adaptar o volumoso motor na esguia fuselagem
do caça de motor em linha. Com as atenções do governo
voltadas para os caças Yak, que vinham obtendo mais sucesso, Lavochkin
teve que trabalhar com o mínimo de recursos em uma cabana improvisada,
mas o resultado final foi um notável aumento de desempenho e armamento,
agora composto de 2 canhões ShVak de 20mm, sem contar a simplicidade
e robustez inerentes ao motor radial. Alguns pilotos soviéticos
que testaram o caça ficaram encantados e já em abril e maio
de 1942 o protótipo passou por diversos testes, sendo sua produção
aprovada para começar em julho. As fuselagens incompletas
dos LaGG-3, muitas das quais jaziam abandonadas e cobertas de neve nos
campos de pouso junto às fábricas, foram reaproveitadas,
o novo caça foi designado La-5.
Mas novos problemas viriam: Os primeiros caças de produção não atingiam o desempenho do protótipo, principalmente por conta do probre acabamento dado a algumas partes da fuselagem, que aumentavam consideravelmente o arrasto e cobravam um tributo de até 50 km/h na velocidade esperada de 600 km/h. Além disso, os canhões causavam excessiva vibração, não havia aquecimento para o piloto e o comportamento nos pousos e decolagens era dos piores. Mas aos poucos, estes defeitos foram sendo sanados, e o que realmente importava era o fato destes caças serem bem mais fáceis de pilotar que os antigos LaGGs e podiam superar qualquer caça alemão em manobras, na verdade um La-5 podia executar um loop a apenas 300 km/h, coisa que nem o Spitfire V podia fazer. E depois de alguns refinamentos aerodinâmicos, se mostrou quase tão veloz quanto o Bf-109F em baixas altitudes. O único problema que nunca foi satisfatoriamente sanado foram os solavancos nos pousos e decolagens, que exigiam cuidado do piloto para evitar uma capotagem fatal. Até outubro de 1944, cerca de 10.000 aparelhos foram produzidos, quanto então a produção passou para o mais avançado La-7 Este modelo trazia diversos refinamentos aerodinâmicos, incluindo uma bequilha retrátil, e era totalmente metálico, ao contrário do anterior que ainda tinha partes em madeira. Na verdade, exibiu um desempenho em baixa altitude que nada devia aos caças alemães, mantendo ainda extraordinária capacidade de manobra, tanto que dois dos maiores ases soviéticos, Ivan Kozedhub e Aleksander Pokryshkin, terminaram a guerra voando neste modelo. Até o final do conflito, quase 5.000 haviam saído das fábricas, mas a produção se manteve até 1946. Também se prestaram a diversas experimentações, como o La-120R com motor foguete capaz de atingir 805 km/h, e o La-75 equipado com dois estatorreatores sob as asas. Apesar dos fracassos iniciais, que quase fizeram Lavochkin cair em desgraça, seus caças acabaram dando enorme contribuição à causa soviética, e constituem um tributo à perseverança do seu criador, que acreditava no que fazia. |
Ficha Técnica |
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Motor | Shvetsov M-82A | Shvetsov M-82F | Shvetsov M-82A | Shvetsov M-82A |
Potência | 1.330 cv | 1.700 cv | 1.330 cv | 1.330 cv |
Envergadura | 09,08 m | 09,08 m | 09,08 m | 09,08 m |
Comprimento | 08,46 m | 08,46 m | 08,46 m | 08,46 m |
Altura | 02,84 m | 02,84 m | 02,84 m | 02,84 m |
Peso carregado | N/D | 3.359 kg | 3.400 kg | 3.400 kg |
Vel. máxima | 626 km/h | 650 km/h | 680 km/h | N/D |
Ascensão inicial | N/D | 1.100 m/min | 1.200 m/min | N/D |
Altitude máxima | N/D | 10.000 m | 10.500 m | N/D |
Alcance | 640 km | 765 km | 630 km | N/D |
Armamento |
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