Nick: SANTIAGO
Nombre: Ricardo
Apellido: Santiago
Pais: Brasil
E-mail: [email protected]
Para: A todos os amantes
Et Nobis Post Hoc Exsilium *
Eis-me aqui, um velho em tempo de seca.
E enquanto espero a chuva,
uma jovem l� a mim
( e eu que perto de seu cora��o estive, da� fui apartado ).
Eu que jamais estive entre as �gneas colunas,
nem combati sob as centelhas da chuva,
verto l�grimas que germinam
de uma �rvore em que o amor frutifica.
Um obscuro tan-tan em meu c�rebro inicia,
percebo vozes percutindo seu prel�dio
e fenecendo com uma agonia de outono.
Vozes, agudas vozes, que emergem de po�os exauridos
e de cisternas vazias,
que ecoam em uma capela vazia
onde somente o vento faz seu ninho.
Eu teria sido um par de espeda�adas garras,
esgueirando pelo fundo de silentes mares.
Eu, f�rma sem forma, sombra sem cor,
for�a paralisada, gesto sem vigor,
em meu princ�pio est� meu fim.
V�s senhora, sois a perene ironia ...
O tempo presente e o tempo passado,
est�o ambos, talvez, presentes no tempo futuro,
e o tempo futuro contido no tempo passado.
( As �rvores mortas j� n�o mais me abrigam,
nem mais consola o canto dos grilos ).
Agora tudo � como aqueles poentes de abril
que de algum modo recordam
minha vida j� sepulta,
Paris na primavera,
e os pirilampos de luz cintilante
entre as l�minas da grama.
Agora, ao inquirir o cora��o da luz,
o sil�ncio � quem responde
( e eu que ent�o vivia, agora agonizo ).
Duplicam em mim as chamas que nos sete bra�os
do candelabro ardem faiscando.
Entre a id�ia e a realidade,
entre o movimento e a a��o,
tomba a sombra
sem nada ver, a n�o ser
que os olhos reapare�am,
como a estrela perp�tua, rosa multifoliada.
A ponte de London est� caindo, caindo,
comprimindo todo o universo numa bola;
depois, se oculta no fogo que purifica
os l�bios que beijaria.
Esta mand�bula em ru�nas de nossos reinos perdidos
( N�o! N�o quero ser o pr�ncipe Hamlet! ).
Sento as margens do velho Chico,
e n�o com uma explos�o, mas com um suspiro,
como Arnaut, choro.
Me furtar a v�s, n�o posso nem pretendo,
por que abriria a velha �guia suas asas, fugindo?
Caminhemos em dire��o � porta que jamais abrimos,
para o roseiral,
o sal est� na rosa silvestre
a n�voa nos pinheirais
( a primavera em pleno inverno
� por si pr�pria uma esta��o ).
O amor � em si mesmo im�vel,
apenas causa e fim do movimento.
Submerso no sono,
onde todas as �guas se entrela�am,
lan�o a ti o meu grito
n�o permiti que separado eu seja
( a melodia termina, a agonia � de outono ).
Et nobis post hoc exsilium ... **
* Poema composto a partir de frases tiradas do livro "Poesia" de T. S. Eliot
** Latim: e depois disto o nosso ex�lio