Projetado para fornecer um aumento muito grande no poderio aéro-tático da VVS ( Esquadrões Russos) tanto ofensivo quanto defensivo, a família MiG-23 seguiu exatamente os adrões Reino Unido/NASA de asas de geometria variável, com pivôs nos bordos de ataque de uma pequena parte fixa da seção central, chamada luva. Esta configuração é mais eficiente do que utilizar o pivô no meio da envergadura com uma grande seção central fixa, adotada por aviões tais como o Su-22 e o Tu-22M.

O protótipo Ye-231 fez uma convincente demosntração em julho de 1967, mas o avião MiG-23 de série foi o resultado de consideráveis desenvolvimentos posteriores assim como da disponibilidade de um motor mais moderno ( o primeiro turbofan aumentado, em produção na União Soviética ). 

Como seria de se esperar, o avião básico foi produzido em númerosas versões, a maioria delas conhecida apenas pelos seus codinomes ocidentais na série "Flogger".

No fim dos anos 70, a taxa de produção atingiu a fórmidavel quantidade de 600 aparelhos por ano ( muito maior que todos os caças táticos da OTAN combinados ) e por volta de 1982, estimava-se que apenas a VVS, sem contar com outras forças aéreas do Pacto de Varsóvia e muitos compradores estrangeiros, possuia 2.500 aviões das famílias MiG-23 e 27.

Acredita-se que o Ye-231 tenha sido propulsado por um motor da série AL-21 e em 1970-71 entrou em serviço na Força Aérea uma unidade de desenvolvimento desse tipo. A produção regular do MiG-23, com a parte traseira da fuselagem muito mais curta graças à utilização do motor turbofan Tumansky, só ficou disponível em 1973-74.

Uma mudança significativa nos aparelhos de série foi o acréscimo de uma descontinuidade, em forma de dente canino extremamente grande, nas asas móveis, na extremidade interna das seções externas estendidas, com flaps nos bordos de ataque ( slots como no Phantom ). 

Para manter a posição do centro de gravidade, as luvas foram encurtadas e as asas pivotantes foram deslocadas ligeiramente para frente, os bordos de fuga foram aperfeiçoados e divididos em três seções fendadas ( não assopradas ), cobrindo toda a envergadura e precedidos por spoilers internos/externos usando para o controle de guinada e para cortar a sustentação após o pouso.

Na parte traseira da fuselagem instalaram-se quatro freios de ar, os tailerons fornecem controle primario de guinada em todas as velocidades, e uma grande barbatana ventral estende-se quando o trem de pouso está recolhido. O trem de pouso principal tem bitola larga, pivota para dentro da fuselagem e fica quase horizontal quando sustenta o peso do avião, as rodas principais de baixa pressão tem acopladas as portas do compartimento, que também serve como para-lamas, enquanto a unidade dianteira direcionavél de rodas duplas está equipada com para-lamas integrados.

O motor é alimentado através de estreitos dutos retangulares de entradas de ar com uma placa interna fixa ou, na maioria das variantes MiG-23, com uma entrada de ar variavel muito semelhante a dos F-4 Phantom, com uma rampa interna, extração da camada limite e paredes internas propulsadas para ajustar o choque de ar em números March superiores ou aproximadamente a 0,9.

A cobertura da Cabine( Canopy ) com dobradiça na parte traseira está alinhada com a parte superior da fuselagem e a visão para trás depende do espelho retrovisor interno.

O mesmo avião basico foi posto em produção em umnúmero crescente de versões de caça multifuncionais, como avião de treinamento biposto com cabine em tandem, e também em uma variante exclusiva de ataque ao solo descrita separadamente como MiG-27.

A primeira série principal de produção foi o MiG-23MF, com vários subtipos chamados Flogger-B pela OTAN. Este utilizava normalmente o radar de faixa-J, chamado de High Lark, com um grande hadome no nariz que carregava um tubo pitot inclinada para baixo, os sensores de guinada e ângulo de ataque estão localizados sobre a parte dianteira da fuselagem junto com o radar de pulso doppler, o IFF, o ILS e ( principalmente para liberação dearmas em ataque ao solo) um explorador laser e um localizador de alvos marcados por laiser.

O radar de alerta padrão SIRENA 3está instalado junto com o interferidor ECM e dispositivos de analise de ameaça ( embora para penetração em áreas de alto risco, os interferidores/dispersores de sinais e particulas chaff& flare ocuparão um cabide externo).

Pareceria lógico que, para uma função de exclusiva de combate aéreo, um receptor de IR fosse mais util do que um explorador a laiser, especialmente porque até 1977, o AAM disponivél era o AA-2-2 Advanced Atoll com grande necessidade de assinatura IR ( Calor de uma turbina com pós-combustor ligado por exemplo ) na sua versão de cabeça de guerra equipada com infra-vermelho.

O radar é semelhante ao do F-4J Phantom americano e foi descrito como sendo o primeiro do páis a ter uma significativa capacidade contra alvos a baixa altitude, mais tarde, o MiG-23MF demostrou uma impressionante habilidade em atacar alvos bem acima da sua própria altitude, utilizando o grande missil AA-7.

A versão de treinamento tem a parte dianteira da fuselagem quase que totalmente redesenhada, com um nariz mais delgado e alongado equipada com um radar R-2L, duas cabines escalonadas com coberturas articuladas separadas, um periscópio para o instrutor na cabine traseira poder acompanhar o vôo, principalmente o pouso e uma grande carenagem na espinha dorsal que cobre o enorme sistema de ar-condicionado.

Naturalmente o combustível foi reduzido, sendo o motor o R-27, em 1978, uma variante do MF chamada de Flogger-G visitou a Finlândia e a França. no inicio, esses aparelhos foram vistos apenas como uma série curta de aviões simplificados para fazer visitas de boa vontade ao estragéiro, sem comprometer a segurança dos av~onicos avançados, mas posteriormente essa variante foi reconhecida comosendo um modelo normal nos regimentos da VVS.

• 1 can GSh-23
• 2 AA-8 Aphid
• 2 AA-7 Apex

• 1 can GSh-23
• 2 AA-8 Aphid
• 2 AA-7 Apex

O Mig-23 Flogger pode ser descrito como a primeira tentativa soviética de produzir um caça tático a toda prova, com uma proveitosa capacidade de carga util/alcance. É tambem a primeira aeronave soviética de geometria variável a entrar em serviço.

O requisito básico era bater o caça americano F-4 Phantom na arena ar-ar, tanto em desempenh quanto em sistema de armamento, lembrando-se que no Vietnam o MiG-21 que era a espinha dorsal da VVS só havia superado o Phantom em  agilidade e manobra, ficando claramente visivel a inferioridade em equipamentos e principalmente o radar, o que significava ter um radar de detecção de longo alcance e rastreio compativel, associado com misseis que poderiam ser lançados além do alcance visual, tambem exigia-se um raio operacional excedendo de muito o do Mig-21, que combinado com alta velocidade e boa taxa de giro e subida.

Embora a maneabilidade seja boa em combate aproximado, a supresa tem sido o fator dominante no combate aéreo, e o requisito de maneabilidade, por isso mesmo, distintamente secúndario. A capacidade para pista curta iria permanecer a mesma do MiG-21, finalmente, como a maioria dos aviões de guerra soviéticos, ele deveria ser barato e de facíl manutenção.

São três as vantagens da asa variável, primeiramente, velocidade de pouso reduzida e comprimento de pista menor, segundo, ter uma agilidade melhorada para cada tipo de voo, com isto a permanencia em patrulha pode ser ampliada, e terceiro, as asas podem ser reconfiguradas para necessidades de manobra otima, alta velocidade e voo em baixa altitude.

O Flogger tem três posições para as asas, 167 , 45º e 72º, colocadas manualmente ( ao contrario dos F-14 e F-111 que são movidas por um computador debordo ), a posição mínima não é para o combate. a capacidade de desempenho em pista curta foi um fator dominante e não a maneabilidade.

Duas variantes do MiG-23 foram configuradas para o combateaéreo, o MiG-23MFlogger-B, que entrou em serviço noínicio da decada de 70, e o MiG-23MF Flogger-G, que é ultimaedição deste modelo. Os dados e observações gerais existentes sobre desempenho do Flogger sempre foram conflitantes. Algumas fontes dão uma taxa inicial de subida que excede os 50.000 pés/min ( 254m/s ), outras referem-se à sua "aceleraçãodo coelho pernalonga", mas nenhum desses dados parece justificado pela modesta taxa de empuxo/peso, mesmo que a estrutura seja perfeita.

Sua taxa de giro instantanea não é nada especial: 11,5º/s em march 0,9a 15.000 és ( 4.600m ), e 8,6º/s em march 0,5, à mesma altura, dados não muito superiores aos do F-4 Phantom que obtinha na taxa instantanea 12º/s e uma taxa sustentada poralgo envolta de 8,5º/s. com isto é provavel que ele possa ser batido por um F-4 Phantom bem pilotado.

O Flogger-G tem um radar de codinome High-Lark, do qual se afirma ter algumas coisas tiradas da tecnologia do AWG-10, carregado pelo F-4J, mas qualquer que fosse a verdade, o High Lark era um radar de pulso-doppler, com um alcance de busca de 46 milhas ( 55 km ) e umacapacidade de "look-down" ( alvos voando abaixo da linha de visão ) limitada.

Um número consideravel de aviões Flogger-B carregavam o radar Jay Bird, como os que equipavam o MiG-21, e eram, geralmente modelos do Flogger-E para exportação. O Flogger-G foi visto no Ocidente, pela primeira vez, em 1978, quando um pequeno destacamento visitou a Finlândia e a França. A visita à França causou grande euforia, com caças soviéticos tendo que sobrevoar a Alemanha Ocidental, no caminho para REims, e todo piloto da OTAN tentou fazer um teste aéreo, por centenas de milhas, só para ve-los por si mesmos, neste evento pelo menos dois pilotos da OTAN comentaram terem ouvido o chiado distinto do HighLark nos seus kit´s de detecção.

O Flogger viu pouco combate até hoje, sua ficha de serviço não impressiona. Os Flogger líbios sempre foram interceptados sobre o Mediterraneo pelos F-14 da Marinha américana, em diversas ocasiões, e a reação da tripulação do Tomcat é de que os pilotos que estavam nos Flogger´s não eram tão bons como os dos Mirage.

O que sabemos de concreto é foram usados pela Siria contra Israel, sobre o valé de Bekaa, em 1982, quando 36 foram derrubados pelos canhões e misseis dos F-15 e F-16 israelenses, é possivel que os MiG-23 Iraquianos tenham obtido alguma vitoria contra os aviões Iranianos, mas não existe provas concretas, na guerra do Golfo, não parecem ter sido usados tanto quanto os MiG-29 o foram, mas existem um número muito grande de MiG-23 ainda em serviço no mundo, o que o torna ainda um bom adversário.