Londres, 15 de Setembro de 1945. Uma
multidão festeja o termino de uma guerra que destruiu grande parte
da cidade, a luta, o sofrimento e o medo ficaram para trás. Neste
dia 15 de setembro, a RAF realizará seu último vôo
em formação de combate, será um desfile da vitória.
300 aviadores veteranos de muitas lutas, passaram baixo pelo ceu da cidade,
trazendo mais uma vez o som de seus potêntes motores, abordo, centenas
de pilotos saudarão a velha cidade que tanto defenderam. Na cabeça
da formação do desfile aéreo, 12 pilotos sobreviventes
e veteranos da Batalha da Inglaterra, e na frente destes, como prêmio
ao seu valor, um homem, um piloto sem pernas: Douglas Bader.
Nasceu em 21 de Fevereiro de 1910, em
sua infância, foi um menino agressivo, de caráter indomável,
desde muito pequeno dedicou grande parte de seu tempo aos esportes. Em
1922, faleceu o seu pai, devido a feridas que sofreu na 1º Grande
Guerra, pouco depois aos 13 anos, passa suas férias no campo de
aviação de Cranwell, sede da Escola da Real Força
Aerea. Fica impressionado com os aviões, os cadetes, e a vida militar.
Sente, principalmente o impacto do perigo, de que nunca se afastará.
Quando, pouco mais tarde, abandona a escola para voltar a sua casa, dirá
:"voltarei como cadete".
Anos mais tarde, em 1928, consegue concretizar
seus propósitos. Ingressa em Cranwell e torna-se cadete de aviação.
quatro anos depois, a 14 de Dezembro de 1932, sofre um acidente grave,
em consequência perde as duas pernas, mas a desgraça irreparavel
para alguns, não abateu a moral de Bader. Devolvido a vida civil,
consegue trabalho e refaz a sua vida. Uma só coisa lhe falta, para
devolver-lhe a filicidade completa: aviões, o ar, e o perigo.
Lenta e pacientemente, aprende a andar
com as pernas mecânicas. Conduz o automóvel e dedica grande
parte de seu tempo ao gôlfe. E pensa nos aviões, sua grande
paixão... Chega assim, o 1º de Setembro de 1939. Explode a
guerra e Bader sente a inquietude dos velhos tempos. Seu pais precisava
dele, o ar lança-lhe o grande desafio, e Bader responde imediatamente,
sem vacilar, apresenta-se às autoridades de aviação
e solicita incorporação ao serviço ativo. Talvez com
surprêsa de sua parte é aceito. São muitos os que não
veem com bons olhos o piloto sem pernas, mas são muitos tambem que
acreditam nele, e Bader responde a confiança deles, voando em 13
de Fevereiro de 1940, pela primeira vez no cockpit de um spitfire, desde
esse momento, máquina e homem integrarão uma unidade.
Seus méritos conduzem-no, lentamente
mas firmememnte, através dos diversos graus hierarquicos, é
promovido a chefe de esquadrilha e intervem na evacuação
de Dunquerque, atravez de varias noites ineterruptas e chega assim em 9
de agosto de 1940, voando esse dia sobre a França, o seu avião
é derrubado Depois do primeiro momento de perplexidade, reage e
salta do avião, mas uma de suas pernas artificiais, a da direita,
engancha-se na cabine. Desprende-a e se joga no vazio, pouco mais tarde,
é aprisionado pelos alemães, conduzido a um Hospital, é
tratado pelos germanicos com a maior defêrencia. são muitos
os que se interessam pelo seu estado e Galland, ás da Luftwaffe,
intervém pessoalmente, propondo que solicite à RAF o envio
de uma nova perna mecanica, a Luftwaffe dará ampla garantia ao avião
que a conduza. Pouco mais tarde, a perna é lançada de para-quedas.
Galland convida então Bader para que visite um de seus aerodromos
e permite que ele examine um Me-109, depois de uma fracassada tentativa
de fuga Bader continua prisioneiro até o fim da guerra, e recupera
a liberdade com a chegada das tropas aliadas.
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