O mercado que no 2º Domingo de cada mês se realiza no Pinhal Novo e que, no seu género, é dos maiores de todo o Portugal, tem a sua origem em remotas feiras que se realizavam na Palhota e na Lagoa da Palha. A deslocação para Pinhal Novo teria acontecido quando, depois da instalação do caminho de ferro, este lugar começou a adquirir progressiva importância estratégica, tornando-se o centro de uma imensa e populosa região.

Numa histórica e bela fotografia, pode ver-se a grande importância que o mercado já tinha em 1908, sobretudo no que diz respeito ao comércio de gado.

Inicialmente o mercado realizava-se na zona fronteira à capela e com o andar dos tempos passou a ocupar todo o espaço à sua volta. Já depois de 25 de Abril de 1974, deslocou-se para nascente, deixando livre o terreno onde hoje se ergue o belo parque José Maria dos Santos. Independente das virtudes que certamente teerá, são inúmeros os transtornos e incómodos que o mercado causava já ao Pinhal Novo e foi transferido para um local mais apropriado, junto à Salgueirinha.

Os terrenos onde o mercado se realizava eram, como quase tudo aqui à volta, propriedade de José Maria dos Santos. A Sociedade Filarmónica União Agrícola, quando ainda estava instalada numa dependência da capela, foi encarregada de tratar dos assuntos do mercado, quando a sua dimensão passou a exigir cuidados especiais.

E durante muitos anos a Sociedade dirigiu o mercado, arrecadando as receitas do terrado, ficando mais tarde, com o compromisso de zelar pela conservação da estátua de José Maria dos Santos, e posteriormente também do coreto e dos próprios bancos de jardim que por ali havia.

Em 1943 os dirigentes da Sociedade fizeram a primeira grande reorganização do mercado. A descrição aparece-nos numa acta de 9 de Abril desse mesmo ano: «...Atendendo a que a localização das barracas e lugares de venda no terreno do mercado não está a ser feita com método e pela ordem que deve, pois acontece haver espalhados ao acaso lugares da mesma especialidade, de mistura com outros diferentes, foi resolvido proceder a uma reorganização para efeitos de localização...» E assim se decidiu que «no mercado a realizar no próximo dia 11, serão avisados todos os vendedores de que a partir do mercado de Maio, as barracas e lugares de venda serão dispostos por secções, conforme lhes for designado pelo cobrador.»

Uma vez por ano, em Maio, esse mercado ganhava uma força especial. Além do comércio, havia o divertimento, as atracções, os jogos, barracas de tiro, saltimbancos, comes e bebes, circos, carrosséis, música e gente, mares de gente que vinha de todo o lado.

A Feira de Maio era a pequena festa de Pinhal Novo. Na Feira de 1937, em 9 de Maio, a Banda da Sociedade Humanitária de Palmela, como grande atracção, deu um concerto no coreto. No ano seguinte, seria inaugurada a luz eléctrica em Pinhal Novo e as festas coincidiriam com a feira.

Na feira de 11 de Maio de 1948, actuou a Banda da SFUA e foi instalada no largo uma «cervejaria» para ajudar a festa. Um bom exemplo do que seria uma grande Feira de Maio é o programa preparado para 1950. Para o Domingo, 14 de Maio, anunciava-se para as 17 horas «um concerto pela Banda da Academia Musical União e Trabalho de Sarilhos Grandes e à noite, pelas 21:30, concerto pela Banda da SFUA. E acrescentava programa: «Haverá combóio especial para o Montijo cerca das zero e trinta para os forasteiros que queiram assistir a este último concerto. (...) Durante o dia um grupo de gentis senhoras fará no recinto da feira uma colheita de donativos que se destina aos nossos cofres. Na Segunda-Feira, 15 de Maio, pelas 21:30, haverá novo concerto pela banda da nossa Sociedade. Nestes dois dias funcionará uma cervejaria no Largo José Maria dos Santos, explorada inteiramente pela Direcção.»

Rezam, porém, as actas que «...O mau tempo prejudicou imenso o bom êxito das festas por nós promovidas e quanto a resultados financeiros, estes ficaram aquém do que se esperava. No entanto, é de registar o magnífico concerto com que a Banda de Sarilhos Grandes brindou o público assistente. (...) A noite esteve péssima e por esse motivo o concerto da nossa Banda foi interrompido de início. Em compensação, no dia seguinte pudemos verificar com regozijo os enormes progressos conseguidos pelos nossos músicos, que nos deliciaram com uma actuação nada inferior à dos sarilhenses.»

Ao longo dos anos muitas foram as tentativas para fazer da Feira de Maio a grande Festa de Pinhal Novo. A mais importante de todas elas terá, sem dúvida, sido em 1974, quando das comemorações do 1º Centenário de Pinhal Novo. As festas decorreram de 10 a 13 de Maio e meteram toiros, ruas engalanadas e demais ingredientes comuns às festas dos arredores.