A Flexibilidade e o Alongamento
Se hoje em dia os esportes ganharam novas marcas devem estes resultados, sem dúvida, à uma qualidade física das mais importantes: a flexibilidade.
É muito importante diferenciarmos a flexibilidade do alongamento.
Como flexibilidade podemos definir a qualidade física que se entende pela amplitude do movimento ao redor de uma articulação, utilizando exercícios que forçam a obtenção de limites para o movimento, além dos normais. Isso se da através da ação sobre a mobilidade articular e elasticidade muscular, aumentando assim a flexibilidade. No alongamento se usa toda a amplitude do movimento atuando apenas sobre a elasticidade muscular, sem comprometimento da articulação.
A diferença básica entre os dois trabalhos - alongamento e flexibilidade, pode ser colocada da seguinte maneira: no alongamento o objetivo é usar a amplitude do movimento normal ou natural; e nos exercícios de flexibilidade há necessidade de se aplicar força para completar o movimento, agindo sobre a articulação. Existem outras diferenças, tais como:
A Importância da Flexibilidade no Desporto
Para um desportista e, melhor ainda, para atletas que praticam artes marciais, a flexibilidade é fundamental - não só para a altura dos chutes, como para a profundidade alcançada por eles. A principal articulação envolvida na penetração (ou profundidade) dos chutes é a do quadril. Os atletas dotados de maior flexibilidade ou mobilidade nesta articulação se adaptam melhor as grande, média e curta distâncias numa luta e, suas técnicas se tornam mais eficazes.
Outro ponto importante é o que proporciona a amplitude do movimento da coluna vertebral. Ela favorece o equilíbrio e a estabilidade dos chutes tanto no ataque como numa seqüência. Resumindo, quando mais flexível ou elástico o atleta, maior controle ele terá de suas ações.
O atleta que faz exercícios de flexibilidade e alongamento tem outras vantagens - a prevenção de lesões articulares e musculares, aprender e aperfeiçoar técnicas em menos tempo, sem falar na economia de energia, uma vez que será necessário menos força para subir a perna se a altura for considerável.
Fatores que Influenciam a Flexibilidade
Idade: Os jovens, de modo geral, são mais flexíveis que os idosos. Quando se adquiri uma certa idade é muito difícil recuperar a capacidade perdida na puberdade. Conforme os anos passam e devido a falta de exercícios, os tendões e fáscias musculares começam a aumentar de espessura.
Sexo: Geralmente a mulher é mais flexível que o homem. Talvez isso se de por dois motivos: a viscosidade muscular, que permite as mulheres uma melhor adaptação aos exercícios e ao treinamento, e o homem por praticar, desde criança, exercícios de força, produzindo assim um encurtamento do músculo.
Hereditariedade: Há pessoas que por natureza são mais flexíveis ou mais duras. Com o mesmo treinamento os resultados são bem diferentes. Isto é devido aos fatores e características genéticas do indivíduo, que condicionará em grande medida sua flexibilidade.
Temperatura Ambiente: Sabemos que o frio produz a vasoconstrição (encurtamento da parede dos vasos sangüíneos) e o calor a vasodilatação (dilatação da parede dos vasos sangüíneos). Por isso, o frio dificulta a flexibilidade e o calor facilita. Se por acaso, ao começar o treino, a temperatura estiver baixa é aconselhável agasalhar-se bem.
Hora do Dia: Ao levantarmos, pela manha, nosso organismo ainda se encontra em repouso, isto é, frio. Portanto é a pior hora para iniciarmos exercícios de flexibilidade. Com o passar das horas a flexibilidade aumenta, atingindo o seu melhor entre 12 e 14 horas.
Estado Mental e Físico: Podemos pensar que apenas um treinamento intenso, com a musculatura quente, seria mais fácil executar exercícios de flexibilidade, mas não é bem assim. Um músculo descansado, com um aquecimento especifico, estará mais disposto a ser alongado que um músculo fatigado. Da mesma maneira a mente deve estar vazia, despreocupada e sem nervosismo ou tensão, pois poderá provocar contrações involuntárias, ficando sujeito a lesões.