A Idéia de Alienação

Economicamente, o capitalismo alienou, isto é, separou o trabalhador de seus meios de produção - as ferramentas, as matérias-primas, a terra e as máquinas -, que se tornaram propriedade privada do capitalista. O trabalhador, no sistema capitalista de produção, perdeu ainda o controle do produto de seu trabalho, também apropriado pelo capitalista. A industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separaram o trabalhador de seus meios de produção e do fruto de seu trabalho. Essa é a base da alienação econômica do homem sob o capital. Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade, base do liberalismo, criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la através do poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou, entretanto, que na sociedade burguesa esse Estado representa apenas a classe dominante e age conforme o interesse desta. A filosofia, por sua vez, também passou a criar representações do homem e da sociedade. Diz Marx que a divisão social do trabalho fez com que a filosofia se tornasse uma atividade de um determinado grupo. Ela é, portanto, parcial e reflete o pensamento desse grupo. Essa parcialidade e o fato de que o Estado se torna legítimo a partir dessas reflexões parciais - como, por exemplo, o liberalismo - transformaram a filosofia em “filosofia do Estado”. Esse comportamento do filósofo e do cientista em face do poder também resultou na alienação do homem. Assim alienado, separado e mutilado, o homem só pode recuperar sua condição humana através da crítica radical ao sistema econômico, à política e à filosofia que o excluíram da participação efetiva na vida social. Essa crítica social só se efetiva na práxis, isto é, a ação política. É exatamente por esse motivo que os marxistas vinculam a crítica da sociedade à ação política. Marx propôs não apenas um novo método para pensar mas também um projeto para ação. 
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