Escola
filosófica que questiona as bases do conhecimento metafísico,
científico, moral e, especialmente, religioso. Nega a possibilidade
de se conhecer com certeza qualquer verdade e recusa toda afirmação
dogmática – aquela que é aceita como verdadeira, sem provas.
O termo deriva do verbo grego sképtomai, que significa “olhar, observar,
investigar”, e a origem do movimento é atribuída ao grego
Pirro (365? a.C.-275 a.C.).
Para
os céticos, uma afirmação, para ser provada, exige
outra, que requer outra e mais outra, até o infinito. O conhecimento,
para eles, é relativo: depende da natureza do sujeito e das condições
do objeto por ele estudado. Costumes, leis e opiniões variam de
sociedade para sociedade e de período histórico para período
histórico, tornando impossível se chegar a um conceito de
real ou irreal, de correto e incorreto. Condições como mocidade
ou velhice, saúde ou doença, lucidez ou embriaguez influenciam
o julgamento e, conseqüentemente, o conhecimento.
Por
isso, os seguidores de Pirro pregam a suspensão do juízo,
o total despojamento e uma postura impassível diante da realidade.
Se é impossível conhecer a verdade, tudo se torna indiferente
e equilibrado. Para eles, o ideal do sábio é a indiferença.
Ainda
na Antiguidade, o grego Sexto Empírico (séculos II e III
d.C.) e os empiristas vêem o ceticismo como um modo de obter o conhecimento
pela experiência. Não excluem a ciência, mas procuram
fundamentá-la sobre representações e fenômenos
encontrados de modo indiscutível e inevitável na experiência.
Esse
ceticismo positivo tem papel fundamental no pensamento do escocês
David Hume (1711-1776), um dos maiores expoentes da filosofia moderna.
Derrubando dogmas metafísicos e religiosos, a filosofia moderna
se baseia nas relações terrenas e coloca o homem como dono
de seu próprio destino.