Empirismo

         Nome genérico das doutrinas filosóficas em que o conhecimento é visto principalmente como resultado da experiência sensível. De modo geral, limita o conhecimento à vivência, só aceitando verdades que possam ser comprovadas pelos sentidos. Por isso, rejeita os enunciados metafísicos, baseados em conceitos que extrapolam o mundo físico, devido à impossibilidade de teste ou controle. A noção de gravidade, por exemplo, faz parte do mundo sensível, enquanto o conceito de bem é do mundo metafísico.
          O empirismo provoca uma revolução na ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados práticos. O inglês Francis Bacon (1561-1626) é o precursor do empirismo moderno: alia teoria e experiência. O inglês John Locke (1632-1704) funda a escola empirista, considerada a segunda mais importante da Filosofia moderna – a primeira é o cartesianismo.
           Apesar de partir do cartesianismo, Locke discorda de Descartes (1596-1650) sobre a existência de idéias inatas, nascidas com o espírito, do tipo “penso, logo existo”. Para Locke, as idéias vêm da experiência externa, pela sensação, ou da interna, via reflexão. São também simples ou compostas. A idéia de comprimento, por exemplo, é simples: vem da visão. A de doença, fruto da associação de idéias, é composta.
           No século XVIII, David Hume (1711-1776) procura introduzir o método experimental nas ciências morais. Leva a elas o ceticismo, que descarta a investigação do que não pode ser observado. Para o empirismo contemporâneo, também chamado de positivismo lógico, representado pelo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951), a filosofia deve se limitar à análise da linguagem científica, expressão do conhecimento baseado na experiência.
 

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