Ética

         Área da Filosofia que estuda os valores morais. Reflete sobre o bem e o mal, o que é certo ou errado, e procura responder, por exemplo, se os fins justificam os meios ou os meios justificam os fins.
A partir de Sócrates (469 a.C-399 a.C.), a Filosofia, que antes estudava a natureza, passa a se ocupar de problemas relativos ao valor da vida, ou seja, das virtudes. O primeiro a organizar essas questões é o filósofo grego Aristóteles (384 a.C-322 a.C.). Em sua obra, entre outros pontos, destacam-se os estudos da relação entre a ética individual e a social, e entre a vida teórica e a prática. Ele também classifica as virtudes. A justiça, a amizade e os valores morais derivam dos costumes e servem para promover a ordem política. A sabedoria e a prudência estão vinculadas à inteligência ou à razão.
Ética cristã – Na Idade Média, predomina a ética cristã, basea- da no amor ao próximo, que incorpora as noções gregas de que a felicidade é um objetivo do homem e a prática do bem constitui um meio de atingi-la. Os filósofos cristãos partem do pressuposto de que a natureza humana tem um destino predeterminado e de que Deus é o princípio da felicidade e da virtude.
           Entre a Idade Média e a modernidade, o italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) apresenta-se como “o Colombo do novo mundo moral” e provoca uma revolução na ética. Nega as concepções grega e cristã de virtude e busca seu modelo moral na virilidade dos antigos romanos. Para ele, a ética cristã é “efeminada”. Maquiavel influencia o inglês Thomas Hobbes (1588-1679) e o holandês Benedito Spinoza (1632-1677), pensadores modernos extremamente realistas no que se refere à ética.
           Nos séculos XVIII e XIX, o francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e os alemães Emmanuel Kant (1724-1804) e Friedrich Hegel (1770-1831) são os principais filósofos que discutem ética. Segundo Rousseau, o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer um aprimoramento quase ilimitado. Para Kant, ética é a obrigação de agir segundo regras universais com as quais todos concordam. O reconhecimento dos outros homens é o principal motivador da conduta individual.
            Hegel transforma a ética em uma Filosofia do Direito. Ele a divide em ética subjetiva ou pessoal, e ética objetiva, ou social. A primeira é uma consciência de dever e a segunda é formada pelos costumes, leis e normas de uma sociedade. O Estado, para Hegel, reúne esses dois aspectos numa “totalidade ética”.
            Na Filosofia contemporânea, os princípios do liberalismo influenciam o conceito de ética, que ganha traços de moral utilitária. Os indivíduos devem buscar a felicidade e, para isso, fazer as melhores escolhas entre as alternativas existentes. Para o filósofo inglês Bertrand Russell  (1872-1970), a ética é subjetiva. Não contém afirmações verdadeiras ou falsas. É a expressão dos desejos de um grupo. Mas Russell diz que o homem deve reprimir certos desejos e reforçar outros se pretende atingir a felicidade ou o equilíbrio.