Heráclito- (+ ou - 540-470 a.C) nasceu
em Éfeso, cidade da jônia, descendente do fundador da cidade.
É considerado o mais importante dos pré-socréticos.
É dele a frase de que tudo flui. Não entramos no mesmo rio
duas vezes e o sol é novo a cada dia. É o filósofo
do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve, e
todo o juízo seria falso, ultrapassado. Desprezava a plebe, não
participou da política e desprezou a religião, os antigos
poetas e os filósofos de seu tempo. É o primeiro pré-socrático
com um número razoável de pensamento, que são um tanto
confusos, e por isso tem o nome de Heráclito, o obscuro. São
aforismos. Foi muito crítico. Chama a atenção, além
da pluraridade, para os opostos. Tanto o bem como o mal são necessários
ao todo. Deus se manifesta na natureza, abrange o todo e é crivado
de opostos. O logos é o princípio cósmico, elemento
primordial, e a razão do real, a inteligência. A verdade se
encontra no devir, não no ser. Com sentidos poderosos, poderíamos
vê-lo. O pensamento humano participa e é parte do pensamento
universal. O fogo é eterno, um dia tudo se tornára fogo.
O sol seria da largura de um pé humano. A felicidade não
está nos prazeres do corpo. A morte é tudo que vemos despertos,
e tudo o que vemos dormindo é sono. Existe a harmonia visível
e a invisível. A alma não tem limites, pois seu logos é
profundo e aumenta gradativamente. O pensar é comum a todos. A terra
cria tudo, e tudo volta para ela.
Hegel identifica em Heráclito a dialética,
: Heráclito concebe o absoluto como processo, com a dialética,
exterior, um raciocinar de cá para lá e não a alma
da coisa da coisa dissolvendo-se a si mesma, a dialética imanente
do objeto, situando-se na contemplação do sujeito, objetividade
de Heráclito, compreendendo a dialética como princípio.
O ser não é mais que o não ser. O fogo condensa-se,
e apagado vira água.
Encontramos em Heráclito algo comum
entre os sábios: o desprezo pelo populacho, (como era comum Nietzsche
dizer) e instituições dominantes. Teria sua experiência
lhe dado base para isso? Ele pode ter contemplado com os seus próprios
olhos o devir, movimento inteligente do universo e maravilhoso. Encontrou
fogo na alma humana, comparou-a com uma chama que se apaga na morte. Identificou
o infinito na natureza, não apenas o matemático, mas o que
constitui a essência das coisas. Pois todas as coisas tem uma essência,
e o fluxo da alma é tão fundo que não tem fim.