Marx afirmou que a estrutura de uma sociedade depende da forma
como os homens organizam a produção social de bens. A produção
social, segundo Marx, engloba dois fatores básicos: as forças
produtivas e as relações de produção. As forças
produtivas constituem as condições materiais de toda a produção.
Qualquer processo de trabalho implica: determinados objetos, isto é,
matérias-primas identificadas e extraídas da natureza; e
determinados instrumentos, isto é, conjunto de forças naturais
já adaptadas e transformadas pelo homem, como ferramentas ou máquinas,
utilizadas segundo uma orientação técnica específica.
Os objetos e instrumentos - aos quais Marx se referia, em conjunto, com
os meios de produção - variam conforme as necessidades e
finalidades sociais a que se destinam. Objetos e instrumentos são
postos em ação pelos indivíduos que executam a trabalho,
cujo número e habilitação técnica também
variam conforme as sociedades e as épocas. As relações
de produção são a forma pelas quais os homens se organizam
para executar a atividade produtiva. Elas se referem às diversas
maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos
envolvidos no processo de trabalho: as matérias-primas, os instrumentos,
os próprios trabalhadores e o produto final. Assim, as relações
de produção poder ser cooperativistas (como num mutirão),
escravistas (como na antigüidade), servis (como na Europa feudal),
capitalistas (como na indústria moderna). Forças produtivas
e relações de produção são condições
naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre em
sociedade. A forma pela qual ambas existem e são reproduzidas numa
determinada sociedade constitui o que Marx denominou de modo de produção.
Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental
para se compreender como se organiza e funciona uma sociedade. As relações
de produção, nesse sentido, são consideradas as mais
importantes relações sociais. As formas de família,
as leis, a religião, as idéias políticas, os valores
sociais são aspectos cuja explicação depende, em princípio,
do estudo do modo de produção. A história do homem
é, portanto, a história do desenvolvimento e do colapso de
diferentes modos de produção. Analisando a história,
Marx identificou alguns modos de produção específicos:
sistema comunal primitivo, modo de produção asiático,
modo de produção antigo, modo de produção germânico,
modo de produção feudal, e modo de produção
capitalista. Cada qual representa passos sucessivos no desenvolvimento
da propriedade privada e do advento da exploração do homem
pelo homem. Em cada modo de produção, a desigualdade de propriedade,
como fundamento das relações de produção, cria
contradições básicas com o desenvolvimento das forças
produtivas. Essas contradições se acirram até provocar
um processo revolucionário, com a derrota do modo de produção
vigente e a ascensão de outro.