Doutrina filosófica que admite como realidade apenas a matéria.
Nega a existência da alma e do mundo espiritual ou divino. Formulada
pela primeira vez no século VI a. C. na Grécia . Ganha
impulso no século XVI, quando assume diferentes formas. Para os
gregos, os fenômenos devem ser explicados não por meio de
mitos religiosos mas pela observação da realidade. A matéria
é a substância de todas as coisas. A geração
e a degeneração do que existe obedecem a leis físicas.
A matéria encontra-se em permanente metamorfose. A alma faz parte
da natureza e obedece às suas leis. Essas teses desenvolvidas pelos
gregos são a base de todo o materialismo posterior.
O empirismo inglês e o cartesianismo francês são essencialmente
materialistas. No século XVIII, os franceses Julien de la Mettrie
(1709-1751), os pensadores da Enciclopédia e Holbach (1723-1789)
lançam o materialismo filosófico, doutrina de inspiração
anti-religiosa que considera o homem uma máquina e nega a existência
da alma, em oposição ao espiritualismo. No século
XIX, surge na Alemanha o materialismo científico, que substitui
Deus pela razão ou pelo homem, prega que toda explicação
científica é de ordem psicoquímica e o pensamento
não é senão um produto do cérebro. Seus principais
formuladores são Karl Vogt (1817-1895), Louis Büchner (1824-1890)
e Ludwig Feuerbach (1804-1872). O marxismo baseia-se numa concepção
materialista da história – denominada materialismo histórico
por Friedrich Engels (1820-1895) –, pela qual a história do homem
é a da luta entre as diferentes classes sociais, determinada pelas
relações econômicas da época. O materialismo
dialético é constituído como doutrina por Vladimir
Lenin (1870-1924) e recebe este nome porque sua teoria é
materialista e seu método, a dialética. No início
do século XX, as idéias de pensadores como Richard Avenarius
(1843-1896), Ernst Mach (1838-1916) e Wilhelm Ostwal (1855-1932) dão
surgimento ao materialismo energetista, teoria mais filosófica que
científica, pela qual espírito e matéria são
apenas formas da energia que constitui a realidade.