O capitalismo surge na história quando, por circunstâncias
diversas, uma enorme quantidade de riquezas se acumula nas mãos
de poucos indivíduos, interessados sempre em obter mais lucros.
No início, a acumulação de riquezas se fez através
da pirataria, do roubo, dos monopólios e do controle de preços
praticado pelos Estados absolutistas. A comercialização era
a grande fonte de rendimentos para os estados e a nascente burguesia. Uma
importante mudança aconteceu quando, a partir do século XVI,
o trabalhador artesanal e os sistemas de cooperação foram
substituídos, respectivamente, pelo trabalhador livre e pela indústria.
Na produção artesanal da Idade Média até o
Renascimento, o trabalhador mantinha em sua casa os instrumentos de produção.
Aos poucos, porém, estes passaram às mãos dos indivíduos
enriquecidos, que organizaram oficinas. A revolução industrial
introduziu inovações técnicas na produção
que aceleraram o processo de separação entre trabalhador
e instrumentos de produção: as máquinas, mais caras,
ficaram acessíveis somente aos mais ricos. Os artesãos isolados
não podiam competir com o dinamismo da crescente indústria.
Com isso, multiplicou-se o número de operários, isto é,
trabalhadores “livres” expropriados.