Nome dado às teorias do filósofo grego Platão (427
a.C.-347 a.C.?) e de seus discípulos. Platão foi seguidor
de Sócrates (469 a.C.-399 a.C.), que propositalmente nunca escreveu
seus pensamentos. O método de investigação filosófica
empregado por Sócrates é a dialética – por meio do
diálogo, dois ou mais interlocutores buscam esgotar um tema, aproximando-se
ao máximo de sua essência.
Platão procura compatibilizar a filosofia socrática com a
necessidade de uma vida política. A Teoria das Idéias é
a parte central do pensamento platônico. Segundo ela, existe uma
esfera superior ao mundo físico, onde estão as idéias
puras. É o mundo inteligível e espiritual – formado por conceitos
puros, como o bem, a beleza e a justiça –, que é a causa
primeira de tudo. Esse mundo é real e o mundo sensível é
apenas uma cópia dele.
Alma
dividida – Antes de encarnar, as almas viviam nessa esfera superior, daí
a origem das idéias inatas que, com maior ou menor clareza, todos
os homens possuem. O método dialético consiste em, por meio
do diálogo, lembrar o espírito humano dessas reminiscências
e elevar o conhecimento do mundo sensível para o mundo inteligível.
Platão cria a imagem da alma dividida em três: razão,
emoção e instintos. E diz que a razão é quem
deve comandar as outras duas partes nesse processo de elevação.
Em 387 a.C., Platão funda a Academia, uma escola para formar filósofos.
Ela dura até 529 da era cristã, quando o imperador romano
Justiniano ordena que se fechem todas as escolas pagãs de filosofia.
Durante o helenismo, o platonismo ganha grande importância e, no
século III, surge o neoplatonismo, que dá uma interpretação
mística e espiritualista às doutrinas. Por isso, influencia
o pensamento do cristianismo durante toda a Idade Média. Reestudado
durante o Renascimento e combatido durante a Idade Moderna, principalmente
pelo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), o platonismo e as questões
por ele tratadas permanecem na base de várias escolas filosóficas
contemporâneas.