Positivismo

         Corrente de pensamento fundada na França por Augusto Comte (1758-1857). O termo identifica a Filosofia baseada nos dados da experiência como a única verdadeira. O positivismo busca seus fundamentos na ciência e na organização técnica e industrial da sociedade moderna. O método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento. Reflexões ou juízos que não se pode comprovar pelo método científico, como os postulados da metafísica, não levam ao conhecimento e não têm valor.
          Entre suas formulações principais está a que considera que as sociedades humanas passam por três estágios, ao longo de sua evolução. O primeiro é o mitológico, típico das comunidades primitivas. O segundo é o teológico, existente naquelas sociedades que se estruturam em torno de grandes religiões, como, por exemplo, a cristandade medieval. O último estágio é o moderno, no qual as organizações sociais se ancoram sobre bases racionais e científicas, ou positivas, como as sociedades industriais contemporâneas.
          O positivismo influencia importantes setores das elites brasileiras, sobretudo os militares, durante a campanha que leva à Proclamação da República. Segundo seus seguidores, a existência de um Executivo “sábio e forte” é indispensável para que o Brasil passe do estágio teológico ao moderno. Em sua opinião, o governo tem de ser revolucionário como o da França de 1789 e capaz de combinar “ordem e progresso”.
          Defendem a república contra a monarquia, mas querem um regime republicano que não siga o modelo liberal. Ao contrário, que tenha estrutura forte, considerada por eles como a única capaz de defender os interesses populares. Deste modo, pregam uma “ditadura republicana” comprometida com os conceitos positivistas de moralização e modernização da vida nacional. Ao longo da República, esse espírito salvacionista acompanha as elites militares e se manifesta nas Revoltas Tenentistas e até mesmo no golpe militar de 1964.