Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível,
mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como por exemplo a
origem do universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência
do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera
a dedução como o método superior de investigação
filosófica. Descartes (1596-1650), Espinosa (1632-1677) e Leibniz
(1646-1716) são responsáveis pela introdução
do racionalismo na filosofia moderna, segundo o filósofo alemão
Friedrich Hegel (1770-1831).
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza
e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori,
ou seja, a razão.
Na passagem do século XVIII para o XIX, o filósofo alemão
Emmanuel Kant (1724-1804) revê essa tendência de associar o
pensamento à análise pura e simples e inaugura o neo-racionalismo.
A nova doutrina aceita os conceitos sustentados pela razão, mas
identifica a necessidade de relacioná-los aos dados da experiência,
ou da razão prática, como forma de ampliar o conhecimento.
O racionalismo dos séculos XVII e XVIII influencia a religião
e a ética até hoje. Está presente nas várias
seitas do protestantismo, que dispensam a necessidade da autoridade e da
revelação religiosa em virtude dos princípios da existência
a priori de Deus. Influencia também a conduta moral que atribui
à razão e aos princípios inatos de bondade, entre
outros, a capacidade humana de se bem conduzir.