O operário é aquele indivíduo que, nada
possuindo, é obrigado a sobreviver da venda de sua força
de trabalho. No capitalismo, a força de trabalho se torna uma mercadoria,
algo útil que se pode comprar e vender. Surge assim um contrato
entre capitalista e operário, mediante o qual o primeiro compra
ou aluga por algum tempo a força de trabalho e, em troca, paga ao
operário uma quantia em dinheiro, o salário. O salário
é, assim, o valor da força de trabalho, considerada como
mercadoria. Como a força de trabalho não é uma “coisa”,
mas uma capacidade inseparável do corpo do operário, o salário
deve corresponder a uma quantia que permita ao operário alimentar-se,
vestir, cuidar dos filhos, recuperar as energias e, assim, estar se volta
ao serviço no dia seguinte. Em outras palavras, o salário
deve garantir a reprodução das condições de
subsistência do trabalhador e sua família. O cálculo
do salário depende do preço dos bens necessários à
sobrevivência do trabalhador. O tipo de bens necessários depende,
por sua vez, dos hábitos e costumes dos trabalhadores. Isso faz
com que o salário varie de lugar para lugar. além disso,
o salário depende ainda da natureza e da habilidade do próprio
trabalhador. No cálculo do salário de um operário
qualificado deve-se computar o tempo que ele gastou com educação
e treinamento para desenvolver suas capacidades.