Poesias de Jorge Barbosa
OS NOVE SOLDADOS
Há uma semana caminhando nos bosques gelados do Norte, a pão e água, os nove soldados armênios voltavam da guerra. Naquela manhã, vi-os prostrarem-se de joelhos, co'as calças molhadas, na neve que derretia aos primeiros raios de Sol, livrando-os do agouro de uma noite inédita, macabra, fria. "Obrigado Senhor", rezava o jovem tenente que quase morrera na escuridão glacial. Brancos, gelados, eles agradeciam a Deus. Ó como eram belos àquela manhã, recuperando a vitalidade comum. O Sol fazia-lhes vibrar os rostos, nove soldados abraçando-se, sorrindo, nenhum deles me vira, alguns até choravam... A Armênia vencera a guerra! Esta noite anormal refrigéria marcou-os indelével, no calor de seus corpos salvaram-se e acordaram, como direi? felizes. E quanto mais os aquecia o Sol, mais bonitos, mais jovens se pareciam. Oxalá salve os meus homens da guerra e toda vez que houver uma noite assim terrível e sombria.
Mas não existe almoço de graça, disse ela, cruel.
E não estamos aqui a passeio.
Mas matar-se nunca, disse o falcão dourado um instante antes de alçar vôo e cravar as garras na garganta do pequeno e inocente pássaro branco.
NÃO HÁ NENHUMA ATRIZ COMO DINA SFAT
Sinais de fama no peito arfante e uma voz que clama, que pede alento no horizonte dum céu cinzento e gelado. E sua dulcíssima alma e tristeza e tanta vida e toda sua Via Santíssima. (Ó virgem donzela deflorada na noite do romance!
"Não há outra como ela!" Talvez houvesse um outro, querido ator... Roland Barthes, Jean Genet, um michê tá custando 250 aqui nas Astúrias. "Eu te amo, eu te quero", quantas vezes ela disse isso, meu Deus! "Eu te amo, eu te quero", nunca mais, ela parte. Eu espero
Tristão
ELAS ME ENLAÇARAMA caça, não deixo rastro mas afinal me enlaço, elas me enlaçaram num cadafalso. Ei por quê fui lembrar disso??? A Morte me pedindo a cabeça,ali, estrangulada... Hi, não tenha medo, isto é um jogo de cintura, começar pela
morte entende? Bem, vamos lá! O sol se punha, estávamos naquele momento dramático de fim-de-tarde, o
lusco-fusco, a luz-se indo. Raios acobreados, de cor intensa, derradeiros iluminando a paisagem funesta... O sol magnetizava o velho patamar e a forca já consumada. Nesta hora fantástica, mágica, retinha-se ali, por força da luz, alguma vida, parecíamos vivos! Mas não, elas estavam vivas lá embaixo,
assistindo a minha agonia e eu, eu não conseguia enxergá-las, eu estava morto! A cabeça dependurada, ó meu Deus, mas isto é um sonho! (Thanks, my Lord)