![]() |
As primeiras ocupações humanas |
| O Período Paleolítico (730.000 - 10.000 a.C.) |
Chegam os primeiros ibéricos ...
No Paleolítico Inferior (600.000 a 40.000 a.C.) aparecia o Homem de Neandertal e o Homo Pre-Sapiens.
Eles sabiam acender o fogo e usar pedaços de minerais para fazer desenhos coloridos nas paredes das cavernas. Enquanto os neandertalenses se extinguiram, o pré-sapiens se espalhou por toda a Europa e se derivou no Homo Sapiens no Paleolítico Médio (40.000 a 30.000 a.C.).
Os fósseis humanos mais antigos achados na Península Ibérica eram de uma forma primitiva de Neandertal. Foram achados em Cueva Mayor, no distrito de Atapuerca, província de Burgos. Estavam em meio a sedimentos de Pleistoceno Médio, cuja idade é de cerca de 280.000 anos. Outros sítios arqueológicos de destaque são os de Torralba e Ambrona, em Sória (Espanha), onde elefantes morreram atolados em terrenos pantanosos e junto a eles encontrados artefatos da cultura Musteriense e outros vestígios de ocupação humana.
Notícias de Neandertais no Pleistoceno Inicial vêm de instrumentos líticos nas praias de Mirouço (no Algarve, Portugal), Punta Úmbria (Huelva, Espanha) e Algeciras (Cádiz, Espanha), bem como nos terraços à vazante dos rios Guadalquivir, Tejo, Manzanares e Ter. Artefatos líticos encontrados no rio Jabalón (Ciudad Real, Espanha) têm idade entre um mlhão de anos e 700 mil anos. Fósseis humanos de Neandertais foram também achados em Bañolas (Gerona, Espanha), em Cova Negra (Valência, Espanha) e em mais de 10 outras localidades espanholas, tais como Los Casares, Carigüela, Gabasa, Zafarraya e Gibraltar (Forbe's Quarry, Gorham's Cave e La Genista).
Tribos de sapiens de várias culturas vagavam pela Península Ibérica nessa era. Por volta de 35.000 a.C., o Homo Sapiens aparecia na região. Eles usavam machados de pedras e eram caçadores de grandes animais, como rinocerontes e elefantes. Usavam em suas caçadas o velho truque do fosso disfarçado com uma camada de plantas. Também na fauna local viviam leões, hienas, linces, lobos e outros mamíferos.
As ferramentas líticas dessa era já eram menores, melhor trabalhadas e mais variadas. Ossos passavam a ser utilizados em arpões, lanças e ornamentos. Agulhas encontradas em Cueva del Pendo (Cantábria, Espanha) indicam confecção de vestuários de peles de animais.
Eles moravam nas cavernas no inverno e em acampamentos ao ar livre no verão. Costumavam reunir-se em volta do fogo, onde os homens preparavam suas armas de caça ou simplesmente descansavam indolentemente. As mulheres cuidavam das crias e de afazeres domésticos. Os machos podiam dispor de todas as fêmeas do bando, assim como das fêmeas dos grupos rivais vencidos.
A mortalidade era alta. As crianças de doenças ou pela má alimentação. Os adultos de doenças, acidentes e lutas. Também as caçadas resultavam em morte violenta com frequencia. Por essa razão, os bandos não cresciam muito. Acredita-se que cada bando tinha, em média, umas 30 pessoas.
Provavelmente elementos de uma tribo podiam passar a outra, desde que se impusesse diante dos machos locais.
Ao contrário dos homens do Paleolítico Inferior, estes enterravam seus mortos, mostrando uma religiosidade que aqueles não apresentavam.
Do Paleolítico Superior (33.000 a 9.000 a.C.) eram as tribos das culturas Perigordense e Auriñaciense encontradas na Catalunha e Cantábria. Em Navarra foram achadas tribos da cultura Solustrense, derivada das anteriores. Cada uma é caracterizada pela habilidade de fazer novos instrumentos de pedra.
O Cro-Magnon chegou à Europa por volta de 20.000 a.C., aniquilando os neandertalenses. Os novos povos tinham altura média de 1,85 metros, cerca de 20 cm. A mais que os neandertalenses. Cada tribo cro-magnon que chegava tomava os campos de caça dos nativos, normalmente à força. Como eram maiores e melhor equipados, geralmente levavam vantagem. Poucos neandertalenses machos sobreviviam ao combate. As mulheres eram por certo levadas para gerar proles cro-magnon. Não há indícios que os neandertalenses tenham sido escravizados.
Os novos imigrantes eram sedentários e também caçavam em bandos. Os grandes animais já estavam extintos e seus alvos prediletos eram touros, renas, cervos e ursos. As mulheres colhiam frutos. Aparentemente o cavalo estava domesticado nessa era. A alimentação foi enriquecida com a pesca e a técnica de charquear a carne, permitindo sua conservação até o consumo no inverno.
Suas cavernas e choupanas tinham piso acascalhado para isolar a umidade.
A capacidade de abstração dá seus primeiros passos ao se representar o mundo real em pinturas nas paredes do interior das cavernas, entre 25.000 e 10.000 a.C., tais como nas cavernas de Pinal, Peña de Candamo, El Pendal, Pasiega, Ribadesella e Altamira. Animais típicos dos climas árticos da Europa de então e hoje extintos lá estavam representados, como o bisão, o mamute, o cavalo de Przewalski, rinocerontes lanosos etc. Os predadores da época (ursos, tigres-dente-de-sabre e leões) e os humanos são muito raramente retratados. Os mais destacados desenhos são os esboços de cavalos de Ekain (Guipúzcoa, Espanha), o bisão policrômico de Altamira e o cavalo bicrômico da caverna de Tito Bustillo (Astúrias, Espanha).
| Cavalo na caverna de Ekain (Guipúzcoa, Espanha) |
| Bisão da caverna de Altamira |
| Cavalo na caverna de Tito Bursillo (Santillana del Mar, Cantábria, Espanha) |
Curiosamente, os animais retratados em maior número não eram os mais caçados para alimentação: gamo, cabra das montanhas, salmões ... Também as plantas não eram objetos dignos dos artistas.
É possível que os desenhos nas paredes das cavernas talvez estejam associados a ritos religiosos relativos às caçadas e à fertilidade.
Os mesmos temas encontrados em paredes e tetos das cavernas foram depois passados para a arte da gravação em ossos. Uma grande quantidade de tais ossos foi encontrada na caverna de Parpalló (Valência).
O rito funerário sofisticou-se. As pessoas
desse povo eram enterradas embaixo de pequenos montes de terra, na posição fetal.
Fogueiras rituais ardiam sobre os montículos funerário. Com o defunto eram enterrados
utensílios e enfeites feitos de conchas e ossos.
A população de Navarra nesse período foi estimada em cerca de mil pessoas.
Depois de 10.000 a.C., as condições climáticas sofreram alterações mais rápidas, embora imperceptíveis ao longo da vida de um único indivíduo. Aos poucos, o gelo recuava para o norte, levando com ele o habitat dos gamos árticos. As terras ao longo das costas eram pouco a pouco tomadas pelos mares que se elevavam em decorrência do degelo.
O clima se tornou mais úmido e mais quente, aumentando a exuberância das florestas e aumentando incrivelmente a procriação dos caracóis. A resposta dos caçadores foi a ampliação do leque de caça e coleta de mariscos, que entraram na dieta aos milhões, assim como os frutos e raízes, também consumidos por eles.A cozinha diversificou-se e a carne perdeu espaço para os vegetais. A caça incluía cervos, javalis, veados, gansos, faisões, coelhos, patos, cotovias, corvos, etc.
Essas adaptações se refletiram nas artes, como na caverna de Santamaniñe (Guipúzcoa, Espanha), Costalena (Saragossa, Espanha) e Dos Águas (Valência, Espanha). São mais de 7.500 pinturas rupestres do período 7.000 a 3.500 a.C. mostrando cenas quotidianas: pessoas dançando (duas mulheres vestindo largas saias no sítio de Dos Águas, três vestidas com saias e dois homens nus no de Barranco del Parejo), lutando, roubando mel ou caçando (Cingle de la Gasulla, Castellón, Espanha).
voltar para o Índice Geral da Europa |
||
| Índice Geral da Espanha | Mesolítico | |
Administrador: Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva