As línguas antigas da Itália |
A língua picena
Introdução
Os picenos eram o povo que vivia ao norte do território dos povos de língua messápica.
No território dos picenos eram faladas duas línguas distintas. A da região sul, sabélica, era aparentada com a dos oscos, vênetos e com línguas faladas nos Bálcãs. Ainda se discute de a versão nortista do piceno, a de Novilara, pertence ao ramo indo-europeu ou se é um enclave linguístico dos povos pelasgos.
A língua
Como nas línguas umbras, a desinência -f substitui o *-ns proto-indoeuropeu no piceno do sul.
O piceno do sul apresentava características semelhantes às das demais línguas do grupo osco-umbro, como o uso do /p/ ao invés do /kw/.
A língua picena foi a única no grupo itálico que não preservou o genitivo feminino em -as.
O pretérito perfeito apresentava comumente a reduplicação da sílaba inicial, fenômeno usual nas falas indo-européias.
Inscrições
A estela de Novilara
Houve quem suspeitasse que essa estela pertencesse a algum mercador ou andarilho estrangeiro e que, por isso, estivesse numa língua totalmente estranha às dos seus vizinhos.
A estela de Novilara reflete um dialeto nortista dos picenos. A transcrição substitui o san pelo sh, assim como o theta por th.
mimnish erút caareshtadesh | |
rotnem úvlin parten úsh | |
polem ishairon tet | |
út trat nei krú | |
tenac trút ipiem rotne | |
lútúish thalú ishperion vúl | |
tesh rotem teu aiten taúr | |
shoter merpon kalatne | |
nish vilatosh paten arn | |
úish baleshtenac andsh et | |
út lakút treten teletaú | |
nem polem tiú shotrish eúsh |
O obelisco de Castignano
O obelisco de Castignano traz inscrição num dialeto do sul do Piceno.
matereíf patereíf fu | À mãe e ao pai |
ítúd fapíríf arítif ímif puíf | Para que se obedeça |
púpúnum estu k apaiús | da melhor maneira, o mais velho dos picenos |
adstaíúf súaís manus | aqui erigiu |
meitimum | o obelisco |
Tradução de H. Eichner
Para que se obedeça rigorosamente ao pai e à mãe, da melhor maneira, o mais velho dos picenos aqui erigiu o obelisco
O Guerreiro de Capistrano
No pé de uma estátua de um guerreiro, feita no século VI a.C. há uma inscrição de cerca de 40 caracteres, ainda indecifrada.
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