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A
essência de Surfar!
A essência de surfar, que se aplica a qualquer desporto
que implique descer uma onda. È de notar uma rivalidade
crescente entre os vários desportos, mas, mais notória
entre o surf e o Bodyboard, algo que no meu ponto de vista
só vem aumentar a falta de apoio a estes desportos.
Como bodyboarder compreendo a indignação de
outros bodyboarders perante a atitude de alguns surfistas
considerarem o Bodyboard como um desporto inferior, na minha
opinião, acho que lhes falta um pouco de tacto, para
compreender que a essência é a mesma, apenas
os meios para a alcançar é que são
diferentes.
Faz-me recordar uma vez em que um colega meu, que agora
é Longborder, devido ás ondas estarem muito
cavadas e a partirem muito à beira da areia, com
medo de partir a sua Longboard, trocou-a pela sua irmã
de Bodyboard. Nem por isso deixou de curtir.
No fundo o que o surfista procura, não é a
maneira como apanha as ondas, mas sim a essência que
provem desse acto, enquanto proeza física fundamental,
é uma comunhão homem natureza, esta na sua
expressão mais simples e perfeita, atira-nos para
a frente algo perfeito como uma onda.
“Tudo no mundo material se manifesta em ondas, mas,
esse facto só se torna mais graficamente evidente
quando o homem vai para o mar”. Assim disse Albert
Einstein.
No fundo a essência do surf é a plena comunhão
com a natureza, como dizia um amigo meu, quando ficamos
na água até ao pôr do sol, “existe
algo mais belo do que contemplar os raios ténues
do sol, reflectindo-se na água, tornando-a num enorme
lago dourado…”
É isso que faz os “surfistas” serem classificados
como pessoas pertencentes a uma sub-cultura, porque enquanto
as pessoas ditas “normais”, olham para o oceano
e vêm água. Os surfistas vêm um santuário
onde conseguem descarregar, toda a adrenalina, stress e
tensões acumuladas no dia-a-dia.
Faz-me rir, que à noite, quando os membros da dita
sub-cultura, estourados e ansiosos, por uma noite revitalizante
de descanso. As “namoradas” e outras pessoas,
que desconheçam o espírito dessa “sub-cultura”,
nos moa a paciência, argumentando que não falamos
de outra coisa, senão do mar, das ondas que apanhámos
e das ondas que poderemos vir a apanhaPorque felizmente
para nós, essas ditas pessoas, ainda não travaram
conhecimento com essa essência, felizmente porque,
se experimentassem, talvez deixassem de existir sessões
memoráveis, com apenas dois ou três amigos
dentro de água.
Resumindo a essência do surf é apreciar a beleza
elementar, do encontro de um surfista com uma onda, onde
o que interessa não é manobrar, é sentir,
no fundo chegar ao fim da onda e sentir-se feliz consigo
próprio. Uma onda pode-se representar numa folha
de papel e o surfista é o artista, tanto pode ser
um esboço simples, como um emaranhado de cores, mas,
o resultado não deixa de ter a mesma essência.
Hélder
Ribeiro (“Mosh”)
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