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As primeiras referências ao nosso Porto datam de 1816 e são de Paulo
José Miguel de Brito na sua obra "Memória Política da
Capitania de Santa Catarina", editada em Lisboa em 1829. Conta o
memorialista: "O porto de Tajahy é pequeno e pouco freqüentado
por não haver ali povoação, mas é seguro e abrigado,e pode vir a
ser de transcedente utilidade, como ao diante direi: a sua entrada é
entre o pontal do Norte e a ponta Cabeçuda do lado do Sul, com 6 a 7
braças de fundo; o canal é estreito, e deve demandar-se com vento e
maré favoráveis; o ancoradouro tem o sobredito fundo, e é defronte
de uma fazenda de lavoura, chamada do Arzão, única que com casa ali
se encontra".
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Carlos Riviere, ao levantar o mapa hidrográfico das costas catarinenses nos
anos de 1858 e 1859, trouxe-nos outros dados técnicos: largura máxima do
rio, 704 palmos; largura mínima do rio, 400 palmos; profundidade máxima,
45 palmos; profundidade mínima, 9 palmos.
Estas referências nos permitem
localizar com exatidão o ancoradouro do Porto, naquela época situado na
Barra do Rio, junto da confluência do
ltajaí-mirim com o Itajaí-açu. As dificuldades apontadas por Paulo José
Miguel de Brito, acrescidas das necessidades decorrentes do crescimento
econômico do Município e região levaram o Governo Federal, através do
Ministério de Viação e Obras Públicas, então ocupado pelo itajaiense
Lauro Severiano Müller, a criar a Comissão de Melhoramento do Porto de
ltajaí.
Somente como dados ilustrativos
do significativo aumento dos negócios executados através do nosso Porto no
correr das duas primeiras décadas, diremos que, em 1905, 85 navios
demandaram ao Porto; em 1910, eram 151 e, em 1920, 442 navios. No ano de
1925, foram movimentados 18.726 toneladas de mercadorias importadas e
exportadas 31.267 toneladas.
Transporte de madeira no Porto de Itajaí -
Arquivo Fundação Genésio Miranda Lins.
Em
1906, as obras do Porto de ltajaí haviam conquistado sobre a margem direita
do rio, hoje Avenida República Argentina, a área onde se deu início a
construção dos trapiches. Antes, em 1902, se construíra o Farol de
Cabeçudas, que baliza a entrada da barra do rio Itajaí-açu. No entanto,
até 1926, os trabalhos de melhoramento do
Porto não tiveram um plano de caráter geral ou projeto definitivo e se
limitavam à execução de um guia corrente e um cais de saneamento, onde se
encontravam os trapiches.
Quando o Ministério de Viação
e Obras Públicas voltou a ser ocupado por outro itajaiense, Victor Konder,
celebrou-se a 22 de junho de 1927 o contrato para execução das obras, de
acordo com o projeto aprovado em 1926.
As obras se iniciaram a 8 de
agosto de 1927, mas foram suspensas com o advento da Revolução de 1930.
Somente por volta de 1938 se
reinicia a construção do Porto propriamente dito, com a contratação das
obras do primeiro trecho do cais (233 metros), do terrapleno e de um armazém
e pavimentação das áreas; isto em novo local: junto da Avenida Eugênio
Müller. A segunda parte do cais ficou pronta em 1950 e a terceira, por
volta de 1956; além da construção do frigorífico.
O Porto de Itajaí só foi
considerado definitivamente organizado e teve uma Junta Administrativa a
partir da vigência do Decreto Federal no. 58.780, de 28 de junho de 1966.
Antes era administrado pela Inspetoria Fiscal dos Portos de São Francisco
do Sul e Itajaí, antiga 17a. Inspetoria Fiscal dos Portos.
Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ -
Prof. Edson d'Ávila
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