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Os primeiros moradores das margens do rio Itajaí cumpriam
suas obrigações religiosas na Matriz de Nossa Senhora da
Graça do Rio de São Francisco do Sul, a cujo termo paroquial
pertenciam.
O templo
religioso mais próximo, no entanto, era a Capela de São
João Batista de ltapocorói, distante duas léguas e meia. O
vigário de São Francisco do Sul ou o Capelão-Curado de
Armação, quando havia, visitavam as casas dos moradores, celebrando
casamentos e batizados e rezando missas. |
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No
início do ano de 1823, os principais moradores da região se organizaram em
comissão e obtiveram do Vigário da Vara de São Francisco do Sul licença
para a construção de uma Capela, próxima à casa de Agostinho Alves
Ramos, e que seria dedicada ao Santíssimo Sacramento e a Nossa Senhora dos
Remédios.
Neste interím fizeram um acordo com
Frei Pedro Antônio de Agote, religioso franciscano espanhol, que vinha de
deixar a capelania de Armação da Piedade, com breve passagem pela Capela
de Enseada das Garoupas, para que o mesmo assumisse os encargos de Cura e
Pastor daquela gente.
No entanto, o Vigário da Vara de São
Francisco do Sul, Pe. Bento Barbosa de Sá Freire Azeredo Coutinho, houve
por bem não aprovar o acerto, desgostando os moradores e exigindo-se lhes o
recurso à autoridade religiosa maior, - D. José Caetano de Silva Coutinho,
Bispo do Rio de Janeiro, enquanto o novo Cura aguardava as licenças
necessárias ao bom desempenho do cargo, residindo na casa de Antônio
Soares da Silva, na Barra de Camboriú e ali celebrando o culto religioso.
Obtida a criação do Curato do
Santíssimo Sacramento do Rio de Itajaí a 31 de março de 1824 e empossado
o primeiro Cura, Frei Pedro Antônio de Agote, a vida religiosa passou a
melhor se desenvolver, não sem muitas dificuldades.
Assim, com o fim de se encontrar um
meio seguro para a estabilidade e aumento da Igreja, em 1830, os moradores
mais destacados do Distrito fundaram a lrmandade do Santíssimo Sacramento e
Nossa Senhora da Conceição, que ficou sendo a primeira associação de
leigos de ltajaí.
Embora provido de um Capelão desde
1824, o Curato do SS. Sacramento do Rio de ltajaí somente a 12 de agosto de
1833 foi alçado à condição de paróquia, com a elevação do Arraial à
categoria de Freguesia. Nesta ocasião lhe foi dada uma co-padroeira: Nossa
Senhora da Conceição, por sugestão de Agostinho Alves Ramos.
A primeira Capela-curada, erguida a
partir de 1823, já em 1849 necessitava de reformas e em 1851 teve de ser
totalmente demolida.
A nova construção, então,
arrastou-se até 1865. Como a Vila aumentasse a sua população e o espaço
físico da igreja fosse ficando pequeno, em 1889 começaram as obras de
alargamento e remodelação interna da Matriz, as quais foram findadas em
1899.
Mas, pouco anos após o término destas
obras de remodelação, já se pensava na construção de uma nova Matriz.
Coube ao vigário, Pe. José Foxius, elaborar o primeiro plano de
construção, o qual ficou inutilizado em virtude das dificuldades advindas
com a 1a. Guerra Mundial. Em 1920, durante as comemorações do Centenário
de ltajaí promovidas pelo Prefeito Marcos Konder, fez-se o lançamento da
pedra fundamental daquela que seria a futura Matriz.
De tudo sobrou apenas o gesto.
Em 1936, Cônego Francisco Xavier
Giesberts, então vigário, retornou às ações com vistas à construção
da Nova Matriz. Transacionou com a Prefeitura Municipal a área do
cemitério e ali definiu o local da futura construção.
Mas seria o novo vigário, Pe. José Locks, quem efetivamente iniciaria as
obras, em 1940, as quais seriam concluídas pelo vigário seguinte, Cônego
Vendelino Hobbold, a 15 de novembro de 1955.
Menos numerosos do que os católicos,
os itajaienses evangélicos aqui surgiram com a chegada dos emigrantes
europeus, notadamente alemães, a partir da segunda metade do século
passado. Entre estes evangélicos, os primeiros foram os luteranos, cuja
comunidade foi fundada em 1871. Seguiram-se adventistas ( 1920), batistas
(1925), pentecostais - Assembléia de Deus - ( 1931) e presbiterianos ( 1952).
Fonte: PEQUENA HISTÓRIA DE ITAJAÍ - Prof.
Edson d'Ávila
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