Durante a Idade Média, que vai desde a queda do Império Romano do Ocidente, em 395, até à queda do Império Romano do Oriente, em 1453, o teatro quase desapareceu na Europa. Os únicos vestígios eram espectáculos de rua em que indivíduos faziam palhaçadas, utilizavam mímica e pantominas. Isto até ao seu ressurgimento a partir da liturgia da Igreja.
No entanto, quer em Portugal, quer em Espanha, mesmo o teatro litúrgico parece
não se ter desenvolvido muito. Pelo menos, não há nenhum documento que prove
a existência deste tipo de teatro, daí que se afirme a inexistência de teatro
religioso na Península Ibérica. No entanto, surgiram nessa altura documentos
de proibição, que impediam a realização deste tipo de representações. Mas
proibia-se o quê, se o teatro litúrgico não existia na Península Ibérica? Aí
está um mistério que ninguém conseguiu resolver, portanto cada um que tire as
suas conclusões. Mas este facto enfraquece um pouco a certeza de nunca ter
existido teatro religioso na Península.
Aqui,
o teatro ter-se-á limitado a esboços, pequenas farsas chocarreiras.
Algumas delas chegaram a ser representadas para senhores laicos. Um exemplo é
um documento firmado por D. Sancho I,
em 1193, em que fazia doações aos arremedadores Bonanimis e Acompaniado,
em troca de um arremedilho que estes lhe compunham. Pouco se sabe sobre
estas representações em Portugal, para além de serem imitações de animais e
pessoas. Não é sequer certo que tivessem como base um texto escrito.
A maior parte da informação de como era o teatro na época medieval provém sobretudo dos países da Europa culturalmente mais desenvolvidos, onde o teatro conseguiu ganhar importância e daí espalhar-se para outros países vizinhos.
É de notar que só os homens é que podiam representar teatro, uma mulher na representação seria um escândalo. Em peças onde havia personagens femininas, eram homens vestidos e disfarçados que as representavam.