O coração é
concha bip
artida:
Nós guardamos no peito
uma metade,
E a outra, quem, o sabe?
— anda perdida
Entre as vagas do mar da
humanidade.
Do escafandro das ilusões
vestida,
Rindo, mergulha a afoita
mocidade,
Buscando um ser que lhe complete
a vida,
Que lhe povoe do peito a
soledade.
Encontra algum essa afeição
sonhada
E à tona sobre erguendo
a nacarada
Valva que guarda a pérola
do amor...
outro, porém, debalde
as águas sonda,
Desce, a rolar, aflito, de
onda em onda...
E não mais torna o
audaz mergulhador!
Antônio Sales
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