O AMOR ÉROSA


 

Eu sou branco
Você é vermelha
Quando estamos juntos somos rosa

Antes de eu conhecer você, até que eu vivia bem sozinho
Comia o que eu queria na hora que bem entendia.
Era liberdade, independência e auto-suficiência.

Quando vi você, fiquei feliz e vermelho de paixão.
Nem me percebi que eu já não era mais branco.
Foi então que o vermelho ameaçou me sufocar.

Comecei a me irritar e brigar com você.
No fundo porque você era vermelha,
e não branca como eu queria.

Por vezes, percebi-me querendo mudar a sua cor.
Você soube permanecer vermelha, não se tornou branca.
Branca nada acrescenta ao branco.

E assim, entre nós, foi-se formando a rosa.
Mas tive receios de perder minha personalidade.
Temi perder a minha individualidade.

Descobri: branco para se transformar em rosa
não é perder-se, desestruturar-se e desaparecer...
É crescer, completar-se com a vermelha.

O meu temor à rosa deu ligar ao prazer
da convivência, do relacionamento,
do amar e ser amado.

Dá mais trabalho porque nada pode e deve ser só branco,
mas tudo pode ser mais gostoso e rico com a vermelha.
Com ela vive-se o prazer, a cor, o amor.

Ser rosa é carregar dentro de si a vermelha.
É ter sua presença, pela saudade, na solidão,
É destacá-la no meio da multidão.

PODE SER MUITO BOM UM LANCHE BRANCO
MAS NADA SUPERA UM SINGELO JANTAR ROSA.

                                                                                                            (Dr. Içami Tiba)
                                                                                                             http://www.tiba.com.br

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