Gosto desse teu ar tristonho,
desse olhar de melancolia,
mesmo nos momentos de prazer e de sonho,
ou nos instantes de amor e de alegria...
Gosto dessa tua expressão de ternura
tão suave e feminina, desse olhar de ventura
com um brilho úmido a luzir num profundo langor...
Desse teu olhar de meiguice que me cativa e domina,
tu que dás sempre a impressão de quem
precisa
de proteção e amor...
Desse teu ar de menina, desse teu ar
que te faz mais mulher ao meu olhar...
Gosto de tua voz, tranqüila, do tom manso
com que falas, como se acariciasses até as
palavras
que dizes;
de tua presença, que é assim como um
quieto remanso,
um pedaço de sombra onde me abrigo quando somos
felizes...
Gosto desse teu jeito calmo, sossegado,
com que te encostas em meu peito e te deixas
ficar entre ternuras e embaraços, como se tudo
ficasse, derepente, parado, e teu mundo
pudesse ser delimitado pelos meus braços...
Gosto de ti assim, pequenina, macia,
quando te aperto contra mim e te sinto minha
inteiramente nua
e tens um ar abandonado, como quem caminha
sonâmbula, por um estranho caminho
feito de céu e de lua...
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