O ardor
que me bate no peito
É a dor
do que nunca foi feito
A dor de um ardor que suspiro
imperfeito.
É a cor
de uma lembrança vivida
Que acor-
da a criança escondida
Onde dormem os sonhos e onde reinam sem medo
os medos.
O amor
que te bate na aorta
E a mor-
te que bate na porta
Ambos tentam da alma arrancar um suspiro imperfeito
ou perfeito.
E no mundo
uma lembrança perdida
É o sonho
uma criança esquecida
Que me acorda e me mostra o amor
com que em tempos a muito passados
toda dor e ardor combati
E num suspiro, um tanto cansado
como o vento, um tanto apressado
os vi, sem saudades, partir.
Brenno Kenji
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