E lá
se foi mais um dia...
Cada vez mais perdida,
tento me apoiar
nos resquícios
de esperança que carrego
dentro de mim.
Um vazio enorme
clama
por um pouco de
carinho, de afeto e de respeito.
Com atenção
e tensão, escuto e tento entender,
como se estivesse
num confessionário, tantas reclamações e insatisfações
iguais as minhas.
Questiono o motivo
de tudo isso e me angustio.
Estendo a mão
mas de nada adianta;
me sinto uma estátua.
Outras vezes,
acho que sirvo apenas
de pouso ou de
estalagem onde viajantes passam, buscam água, alimento e descanso,
se fortalecem e se vão.
O que deixaram
para trás
se transforma apenas
em lembrança.
Penso na dificuldade
maior; não a de se doar mas a de receber ou trocar experiências.
Todos querem alguma
coisa mas poucos entendem e têm condições de assimilar
o que lhes é oferecido.
Não
falo da retribuição, mas da troca.
Um sorriso,um carinho,uma
atenção, um bilhetinho...gestos tão simples,
às vezes são tão mal interpretados e usados.
Falta pureza e
sinceridade nos atos das pessoas.
Muitos querem preencher
seu vazio, a todo custo,
sem se darem conta
de que
é necessário
plantar para colher.
A terra mal trabalhada
nos dá poucos frutos
mas pode ser
abundante em sementes.
Busquemos essas
semeaduras dentro de nós primeiro.
A colheita será
consequência desses momentos.
Nós podemos
e devemos.
by
Rachel Oliveira
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