Os ciclos do cio

Luzes contrárias, criadouro de nervos
divã acomoda seios e horas
mãos que perscrutam conchas
beijos que guardam plasma.

Picos de arrepios alinhavam êxtases.
Secreto relicário lateja músculos,
e no regato de gaivotas lança âncoras.
Abrem-se comportas.

Grandes cios, brincam algazarras,
febres densas, brisa viva:
plenilúnio avesso do inferno

Na calmaria que sucede procelas,
antífonas cantadas em dueto,
abraçam corpos plenos de gozo.

Dúnia de Freitas


Voltar/Back