Infinitos Poucos

Teu poema provocou
latejos no oco do meu corpo.
 
Meu útero sente na pele
o prelúdio de teu carinho.
 
Teu dedilhar no meu prazer
anuncia meu silêncio das febres.
 
Meus arrepios pressentem
o desabrachar para o teu amor.
 
Tua boca acende cheiros
que vicejam em minha concha.
 
Meus infinitos são poucos
 para os teus cantares.
 
Tua loucura me arrebata
e me faz tirar sons da flor-das-pedras.
 
Minha entrega se revela
para te presentear orquídeas.

Dúnia de Freitas


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