Borrifados de mofo, o poema
fede
na partitura vetusta e inópia.
O bardo ensandecido pela
insalubridade
de seus versos, os implode.
Criatura irriquieta e insaciável
o vate desditoso, em frêmitos
de loucura
arranca suas vísceras
do cativeiro
em bramidos de alforria.
Retorna à raiz de sua
alma,
solto, intuitivo, liberto,
deixando
que novas formas o denunciem.
Seu alvo, o avesso da forma.
Abisma-se com o vocabulário.
Sorri para si.
Constrói metáforas
para parir brilhantes.
Dúnia de Freitas