Quem dera!



Quem dera as flores chorassem
como a chuva que, em prantos, ca�a!
Das l�grimas, perfume t�o belo exalassem
e a todos fizessem chorar por um dia!

N�o! Melhor se as flores cantassem
qual cigarras, sem nunca cessar!
Quem sabe elas, ent�o, acalmassem
a chuva, que ainda queda a chorar!

Quem dera a chuva dan�asse
a can��o que nos sonhos me vem!
Sim! Sonho com flores-cigarras que partem
e bem sei que tu sonhas tamb�m!...

Quem dera eu n�o invejasse
a tristeza que as flores n�o t�m!
Nem sequer (ao menos) chorasse
(quem sabe?)
o perfume da chuva que vem...

Quem sabe, ao surgir da aurora,
todo o amor que, no peito, me ardia
(quem dera!) ao calor do sol fosse embora
e levasse a tristeza que eu tinha!...

Quem dera no meu sonho eu sonhasse
com a vida (e, na vida, somente alegria!)
Quem dera, ent�o, que eu amasse e cantasse,
E dissesse: Pois, sim! No meu sonho eu vivia!...


� Brenno Kenji, 15/02/2000


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