Dispo-me dos martelos do medo
ao olhar a safira dos Deuses.
Entro em calmaria.
Calmaria que precede procela.
A multidão que em mim habita
ecoa em uníssono.
Ouço o inferno das vozes
na cisterna de minha alma.
Sou arrastado por sibilantes serpentes
que me sufocam e me amordaçam.
Volto ao mundo. Mundo insabido.
A lobotomia me fez perder-me de mim.
Sou nada!
Touca oca do corpo.
©Dúnia de Freitas