Em noite de solstício,
o vento esculpe formas multifárias
nos canteiros noturnos.
O poeta abstraí-se
na claridade artificial,
onde átomos poentos
dançam ao som de Bach.
Branco sobre o branco.
Silêncio absoluto.
O poeta recolhe
no avesso do universo,
imagens que revelam
sua intimidade com o mundo.
Que distância percorre o bardo,
desde as margens do nada
até o reencontro do seu sonho?
©Dúnia de Freitas, 01/02/2000