Noite de Autógrafo



Borbulham as champanhas em taças - cristais
Brilham nos dedos anéis faíscas - diamantes
Apertam nos pés sapatos couros - brilhantes
Rimam a poesia e elogios com posturas sociais.

Desconhecidos, chegam de todas as partes
Distintos, elegantes, famintos como a morte
Sedentos do brilho da presença e não da arte
Eretos no gole, na foto, no flerte, no porte.

Sorrisos espumam pelos cantos das bocas
Perfumes envolvem todos que estão dentro
Canapés e álcool enchem barrigas e mentes ocas

O poeta à mesa escreve, seu punho é o centro
Palavras que soam puídas e com tintas roucas
"Que fazemos nós senão avançar noite adentro?"

©Gabriel Ribeiro, 13/12/99


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