É devagar
Que os olhos marejam
E os lábios secam
Na boca o último gosto
Do adeus,
É devagar
Que as folhas caem
E a sombra do repouso
Parte na jornada
Dos quatro ventos,
É devagar assim
Que se percebe
O amor não sendo
Sonhos, nem contos,
E que sua beleza
Entende-se possuir
Apenas os versos,
Tão devagar assim
E os pastos
Cedem lugar
Ao deserto,
E as tempestades
Vão apagando
Da areia
As pegadas
Que marcamos
Para reencontrar
A felicidade,
E tudo se perde,
E tudo se apaga
E tudo se vai.
©Jansey França