Amor Virtual


Eu amo você
sem ter visto
seu rosto
sem ter tido o gosto
de seu beijo.
Sem ter deslizado
meus dedos
formando enredos
no seu corpo.

Talvez você seja belo
talvez apenas anelo
de o ser.
Talvez você seja branco
talvez preto
talvez esguio
ou cheio
ou algo de entremeio.

Talvez você seja
um ser solitário e triste
ou goste de rir
alto, estridente
no meio de gente
ou de bichos
o que vem a dar no mesmo
porque um bicho
entende mais do problema
de ser gente
do que entende
muita gente...

Eu amo você
pela esperança
pela lembrança
pela gama inteira de emoções
que você me deu.
Analistas
ocultistas
místicos
o que sabem eles?

Abro minhas cartas
e vejo seu rosto
sozinho
seus dedos digitando sonhos
com carinho, com temor
rancor...
Meu coração
confuso
olha teu ser
difuso
e reitero:
meu amor
apesar de tudo
é seu.

©Dalva Agne Lynch, 30/01/2000


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