Alegria


A alegria em teu belo peito
Bateu as asas voou, voou...
E ergueu-se alta no firmamento,
Ninguém mais a viu, a avistou.

Tua alegria, ave peregrina,
Fugiu de ti e o mundo rodou,
Triste e sozinha em sua sina
De vagar longe de quem amou.

Tua alegria conheceu mundos
De sã beleza, moral sem-par;
E os viu enfim, tristes, moribundos,
Em guerras d'ego se acabar.

Tua alegria voou voou...
Jamais parou para descansar.
Durante o vôo se transformou,
Embruteceu-se por não ter lar.

Tua alegria em um delírio
Debalde quis para ti tornar.
Alegria quer voltar do exílio...
Quando! Quando a deixarás voltar?

©Alexandre G. Botelho, 09/04/1999


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