De escuros e silêncios


De voltas e partidas, sou meu Cais.
Do pranto os meus olhos são a Foz.
Meu Grito ou meu silêncio é minha Voz.
Na boca o "eu te amo" hoje é Jamais...

Inutilmente espero: tudo Jaz...
O Eu que me restou se fez Algoz:
Perturba-me num tom soturno, Atroz,
Dizendo, amiúde, "Não És mais"...

E contra esse meu Eu me faço Edaz.
Do Escuro - onde me encontro! - sou Sequaz,
E só tendo Eu a Mim, de mim sou pênsil...

Nas elucubrações meu Eu é "Nós".
De Mim à frente sigo, não após.
Maior do que meu Grito é meu Silêncio...

©Antoniel Campos


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