Toda noite eu me perdia
em frente ao muro, que me
sorria
com suas pedras que se erguiam
em frente a mim.
E elas diziam: É só
assim
(e só assim!) que
vais achar
teu verdadeiro
caminho, enfim!
Toda noite eu insistia
em frente ao muro, e, então,
pedia:
Por favor, muro de pedras,
com tantas pedras não
há caminho!
Abra o teu
caminho a mim!
Tantas noites eu me perdi;
Tantas noites eu insisti!
Havia nas pedras uma atração,
uma paixão, obsessão!
E elas diziam: Caminhe aqui!
Enfim, acabou-se a atração.
Não há paixão,
há traição!
Não há caminhos.
Há, sim, mentiras!
E, no final, uma lição:
Que é perceber que
tantas pedras
não são caminhos,
mas descaminhos
que não têm
fim...
(Traição sem fim!)
Todas as pedras no meu caminho,
com suas mentiras, em descaminho,
caminham em mim!
©Brenno Kenji - 18/02/2000