Eles se riem de mim
chamando-me nomes
pseudônimos
apelidos.
Eu sigo.
Acalanto uma criança
adormecida em meus braços
talvez para sempre.
Sou a Terra
Virgem
recebo fruto e semente
acolho o homem
o eremita
e o poeta.
Mas nao acolho o sangue
jorrado sem sentido
as promessas sem retorno
o ódio lançado
em vão.
Esses jogo ao vento
sacudo-os como bicho molhado
espalhando as gotas
a podridão do mundo
ao vento.
Levanto-me
uma criança nos braços
da Terra
que sou Virgem e sou Terra
mãe e amante.
Levanto-me
carregando a mim mesma
como dádiva
talvez uma criança
morta
antes de poder ser.
Virgem
sou a paixão
o sol cegante
saída de Leão.
Virgem
Carrego nos braços
a mim mesma
criança
morta na Balança
inexorável
do tempo.
©Dalva Agne Lynch, 08/04/2000