"Eu não conheci minhas vós, portanto adotei todas que pude"
Vejo suas mãos cansadas
pelo tempo
apoiadas ternamente na bengala
e elas não lamentam
este peso da vida,
elas não desistem
de caminhá-la.
Elas aparam este sorriso
aberto
um sorriso sincero, decerto
de quem conhece muitas estradas
caminhos, trilhas, bruxas
e fadas.
E, com doce serenidade, os
observa
na certeza de quem ainda
os vence
apesar do trêmulo,
pacato e lento,
mas decidido andar que a
paz reserva.
Vai
Vó Natalia,
Vó Elsa, Vó
Bela
Vó Carmita, Vó
Santa
Vó Sinhá, Vó
Nenem
Vó Ceição,
Vó Judith
Vó Fininha, Vó
Ló
Vó Bernardinha
Vó Angiolina
Vó Preta
todas minhas Vós!
Caminhe pelas claras alamedas
alvas como seus iluminados
cabelos
do jardim que ajudou a plantar.
Persiga com seu sorriso e
olhar
a bonança que seu
amigo Deus
há, por certo,
de lhe ofertar.
Benção!
©Gabriel Ribeiro, 09/04/2000