À
memória de Ingrid Eisenbach, ( Olhos de Selva Azul ), com quem e
para quem, a Vida não quis dar certo....
Onde dormem pés humanos
Desfeitos em pó lunar,
Querias morar...
Ser a beduína
Que habita a concha cósmica
E dorme anos-luz !
E assim partiste,
E assim percebí
O assombro
De ver o mundo vazio,
Sem teus Olhos
De selva Azul,
Verde
Azul...
Tentei segurar o Tempo
Em minhas mãos,
Mas por entre meus dedos
A tarde em lágrimas
fugia...
Não conseguí
te acompanhar.
Minha tarefa-vida
Não estava ainda cumprida
Nem meu espírito pronto
Para te seguir...
Mas tenho guardado
Desde então,
Na memória do coração,
Os movimentos de tua voz
E o brilho das paisagens,
Que cruzaram nosso andar.
E as levarei todas comigo
Contente por te mostrar
No misterioso dia,
Em que irei te encontrar...
©Lenine de Carvalho