Twinpeaks
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 Twinpeaks  (André Silva)
 

 Procuro uma saída

Dor

Que dia tão chato

 





 

 













 


 Procuro uma saída
 neste momento tu é escuro
 n vejo luz
 ontem foi um dia diferente de todos os outros
 n vejo porque estou na posição em que eu me encontro hoje
 talvez apenas não o queira ver
 não sou perfeito é certo
 não encontro resposta para as minhas dividas
 n sei o que fazer
 encontro-me perdido
 sem eira nem beira
 rebolo-me no alcatrão sujo de mil pés que por ele passaram
 vou de encontro a uma parede e de seguida num muro tropeço
 n vejo
 simplesmente não vejo
 perco no ritmo do meu desespero
 mas não peço ajuda
 provavelmente foi isso q me trouxe a este estado latente
 as lágrimas custão a sair
 tenho medo q estas n acabem
 por vezes estamos sós e pensamos que nada somos neste mundo
 se ao menos soubessemos o poder que temos dentro de nós
 se ao menos ouvisse a voz que acalma a alma
 estás longe
 tambem n te quero ao pé de mim
 vou fugir de ti
 aviso-te já
 não me procures
 a dor tu me trazes
 se calhar sou apenas eu que tenho como gostinho especial me 
torturar
 procurar o nada
 e tudo sem absolutamente nada encontrar
 estou perdido
 porque não me ouves?
 porque me empurras para fora da tua cama?
 porque choras quando a teu lado estou?
 porque não és capaz de ficares feliz com a minha felicidade
 ou será de que nada sirvo para ti senão trazer dor e solidão?
 talvez....
 talvez n tenha o direito de te interrogar de tal
 talvez...
 talvez um dia acabemos o resto da nossa vida num cemitério
 eu na minha campa
 tu na tua
 sem uma vida em comum termos tido
 Estou perdido
 porque não me ouves
 porque não me acodes???
 AFASTA-TE
 não quero saber de ti
 minto
 já não sei de nada
 já não sei de nada
 já não sei de NADA
 quem me salva ?
 se não for eu.....

quem me poderá restar então????
 .
 .
 André Silva

 


 

 

 

 dor
 há muito tempo que não sabia o que tal era
 não me refiro aquela dor da pessoa que parte uma perna
 ou de quem espeta uma tesoura na mão
 não
 a dor a que eu me refiro é muito mais pesada
 embora nada pese
 a dor a que eu me refiro penso que toda a gente compreende
 até mesmo o mais impio do impios
 o mais cruel dos crueis
 sorte???
 pouco ou nada tem a ver com o assunto
 tudo aquilo que tem, de acontecer mais cedo ou mais tarde 
acontece
 umas vezes traz alegria
 outra dor
 melhor mesmo é quando é de alegria
 mas como?
 como demonstrar a alguém o valor da vida
 quando um querido ente é perdido
 ceifado pelas mãos da negra morte.
 não que eu pense que a morte seja 100 % negra
 isso iria contra todos os meus principios de existência
 li uma vez num livro mágico chamado "o Princepezinho"
 algo que dizia
 "é tao misterioso o mundo das lágrimas"
 tal frase hoje não me saía da cabeça
 era impossivel
 era mesmo impossivel
 neste momento choro
 choro
 choro não pela morte de um alguem que eu nunca antes em vida o vi
 mas sim pela dor
 pela dor daqueles que o rodeiam
 o sentimento de impotencia
 tudo aquilo que faço de pouco ou nada serve
 é triste
 é muito triste
 inútil posso até pensar
 rodeado não sei de q
 perco-me nos braços da minha própria pessoa
 ela lá
 e eu sem nada poder fazer
 ela lá longe com os dela
 se ao menos...
 se ao menos...
 se ao menos... algo transporta-se para aquele lar de bom
 uma centelha de calor e sentimento humano de amizade
 por mais lágrimas que ceife
 continua tudo na mesma
 pelo menos por enquanto
 uma coisa que eu não gosto muito
 mas que pouco não se diz
 é
 o futuro a Deus pertence
 hoje mais que nunca o sinto em minha pele
 apetece-me chorar
 não sei porquê
 sinceramente não sei porquê
 não fui eu que perdi um pai
 e no dia em que tal acontecer não sei que farei
 não sei que farei
 perdoe-me se eu em algo falhei...
 .
 .
 André Silva (improviso)


Que dia tão chato
é igual a todos os outros
è engraçado a forma como as coisas se repetem
uma vez, estava eu muito bem a ver televisão
sabem?
aquele encranzinho que muitas vezes nos suga o cerebro a pouco e pouco
e por incrivel que pareça vi algo bastante interessante
numa série curriqueira
e era assim
o jovem ingénuo, no meio das suas crises existências pergunta a um ancião
deverei ou n o fazer???
e o ancião responde-lhe da seguinte forma
para uns o tempo é como um rio
sai da nascente
e desagua no mar
sem voltar ao mesmo sitio
para outros é como uma roda
passa por um sitio
e mais tarde volta ao mesmo local donde partiu
e jovem retorquiu
e para ti?
O ancião pacientemente respondeu
para mim o tempo é apenas tempo
e foi assim
que mais uma luzinha no meu minusculo cerebro se acedeu
os meus olhos brilharam
e a minha memória mais cheia ficou
e aqui estou eu
completamente entediado
porque afinal hoje é sexta-feira
agora, interrogo eu
que tem esta sexta-feira diferente das outras???
é engraçado
hoje ando com esta do é engraçado
poderia dar para pior
bem, mas penso que isto tudo deve-se a um facto muito simples
eu, estou aqui
ela está lá
e eu penso q não é correcto
penso
se calhar é esse mesmo o mal
penso em vez de agir
fico parado e sujeito a tudo aquilo que sou obrigado a aturar
não, não penses que te vais escapar
pois as minhas garras á muito estão afiadas
e quando eu te meter os dentes em cima, não mais te largo
mas isso é uma outra história
que nada tem a ver com esta
já dizem os velhos
"já não há nada como antigamente"
se olhares á tua volta reparas como tal é verdade
tudo está gasto e cada vez mais esgotado
coisas novas nascem, já á muito gastas
já á muito velhas
acabas o teu dia, e o que fazes?
deitas-te e pensas sobrevivi
não observas as estrelas
não observas akilo q te rodeias
afinal de contas simplesmente sobrevivestes
que saudades tenho eu daquelas arvores majestosas
e um abraço
tudo aquilo se resume a um simples abraço
por isso simplesmente questiono
que seria a vida sem o sol?
 
by: André Silva live improviso at #poema
Twinpeaks
2/4/2000