Aqui estou eu,
sentindo cada segundo do meu coração
ouvindo apenas a minha respiração
contando as riscas coloridas da minha vida.
  
Aqui estou eu sozinho,
sem nada para fazer,
relembrando as complicações da minha vida
pensando na solidão que parece eterna
sentindo-me totalmente incompreendido
doendo-me a minha capacidade de indecisão.
  
Aqui estou eu,
contando os pedaçoes do meu frágil coração.
Amor, porque dois tanto
Será que eu já não quero amar
Amar é sofrer
Eu nao quero sofrer...
Quero amar e ser amado, preenchido, abraçado, compreendido, beijado.
  
Aqui estou eu, retendo as lágrimas nos olhos
mas levemente, deixo as minhas emoções rolarem pela minha face abaixo,
e vejo-as espalharem-se no chão.
  
E eu, inquieto, farto de ser o ponto final nesta folha em branco
aprecio cada batida da minha vida
divirto-me a reparar em cada detalhe da minha personalidade,
levemente, expresso um sinal de alegria com os lábios.
  
Suavemente, desenho curvas sem nexo
e penso no mundo...
e volto a pensar...
  
o que é que eu faço aqui
Estou a mais
Quem osu eu
O que sou eu
E não consigo responder. Outra lágrima cai no chão.
A minha cabeça fica em branco.
  
Quem me dera,
ter agora aqui um amigo de bolso,
para ter sempre que quisesse
um ombro para chorar,
braços para me confortar
olhos para confiar,
um sorriso para me animar
e um coração para me amar.
  
Aqui estou eu,
apenas murmurando
suspirando...
  
Pedro Santos   5/11/99”