Lua (Cláudia)
Eu sou
Que
vida
EU
SOU
Eu sou
a força da imaginação
o bater de asas do canário preso
o suspiro da solidão
o vento que não sopra.
Eu sou
as pedras da calçada molhada
os olhos do cego que nelas pisa
o dançar de um louco
as palavras de um velho mudo.
Eu sou
os minutos que passam
as flores murchas e secas
o amor desaparecido.
Eu sou nada,
eu sou tudo
Lua
QUE
VIDA
Que sentimento estranho
me sente agora
pensamento distante
a memória de outrora.
Um vazio tão pequeno
como o meu ser ignóbil
confuso pelo tempo, divaga
pensamento sereno.
Que olhar tão cruel
persegue a minha alma
não a deixa esconder
o teu coração imaginário
ao qual respondo sem saber.
Rezo baixinho no escuro
agarrada á minha crença
falsa e inexistente
que se transforme naquela
edificante mas crente
O meu corpo emagreçe
de sentimento
e esqueçe, enegreçe
a flor do pensamento.
Que vida .....
Lua FEV. 96
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