logo_it.gif (1719 bytes)

As línguas antigas da Itália

applebar.jpg (1406 bytes)

A língua etrusca

Introdução

        O alfabeto etrusco mais antigo conhecido foi achado num túmulo em Marsiliana, com 26 letras, das quais as 22 do alfabeto fenício e os sinais acrescentados pelos gregos.alfab_etrusco.jpg (25620 bytes)

        A existência dos sinais gregos atesta que foram deles que os etruscos receberam o alfabeto. Os especialistas, contudo, divergem sobre a origem desse préstimo. Uns defendem que foi das colônias gregas do sul da Itália, notadamente de Cumas, fundada ao norte de Nápoles por colonos gregos oriundos da cidade greco-oriental de Cálcis (na Eusébia).

        A outra corrente mostra que os alfabetos arcaicos etruscos conservaram as três consoantes fenícias samek, sadé e shin, enquanto o alfabeto grego da colônia de Cálcis só mantém a última. Com isso, conclui que os etruscos receberam o alfabeto em uma época anterior à da separação das línguas gregas nos grupos ocidentais e orientais.

        No campo fonético, os etruscos não conheciam as oclusivas sonoras B D G e quando elas apareciam vindas de palavras estrangeiras, usavam P T K para substituí-las. Distinguiam entre oclusivas aspiradas ou não (/p/ e /ph/, /c/ e /ch/, /t/ e /th/). O sistema vocálico desconhecia o O e a distinção entre vogais longas e curtas. Na fase final da língua, as vogais neutras caíam, como ATLNTA (Atalanta).

Inscrições

O Fígado de Piacenza

        O fígado era o meio adivinhatório predileto na religião etrusca.

figadoPiacenza0.gif (9583 bytes)

figadoPiacenza.gif (122360 bytes)

figadoPiacenza2.gif (74076 bytes)

A Tabuleta de Pyrgi

        A Tabuleta de Pyrgi traz uma inscrição etrusca. Em sua transcrição, as consoantes aspiradas foram notadas com um H após ela (ch para o chi, th para o teta e ph para o phi).

tabuasPyrgi.jpg (41775 bytes)

        Sua transcrição e tradução proposta, linha a linha, são as seguintes:

Primeira tábua

ita tmia icac heramasva este templo e este grupo de estátuas
vatieche foram feitos
unialastres themiasa para Uni Astarte. Após construí-lo,
mech thuta thefariei velianas o povo e o estado de Thefariei Velanias
sal cluvenias turuce o primeiro do mês de Cluvenias foi dado
munistas thuvas após tê-lo dotado e ereto
tameresca ilacve o tameru (um tipo de sacerdote) o consagrou
tulerase nac ci avil à terra. Após três anos,
churvar tesiameitale durante o mês de Churvar, o dia do sepultamento da deusa
ilacve alsase foi ele dedicado aos céus (?)
nac atranes zilacal então o Atran (outro tipo de sacerdote) do zilac,
seleitala acnas vers que está encarregado do fogo sagrado
itanim heramve e este grupo de estátuas
avil enacia pulumchva durarão os anos das estrelas

 Ou, por extenso,

Este templo e este grupo de estátuas foi dedicado a Uni-Astarte. Após construí-lo, o povo rural e a cidade de Thefarie Velanias o doou.

E depois de teê-lo dotado e o erigido no Tameru, foi dedicado à terra. Após três anos, no dia do sepultamento da deusa, o Atran do Zilac, que estava encarregado do fogo sagrado, o dedicou aos céus (?). Esta estátua durará os anos das estrelas.

 

Segunda tábua

nac thefarie veliiunas Então Thefarie Veliiunas
thamuce fez
cleva etanal uma oferta votiva nos idos
masan tiur durante o mês de masan
Unias selace ele fez para Uni
vacal tmial o ofertório votivo de um templo
avilchval amuce anualmente é
Pulumchva as estrelas
snuiaph ofertório sagrado

Por extenso,

Então, Thefarie Velianas construiu um ofertório nos idos de Masan (e) deu o presente votivo anual de um templo a Uni. As estrelas (decerto a decoração estrelada no templo) são ofertórios sagrados.

 

A Estela de LuskeSerelvs.gif (47867 bytes)

 

        A estela de Avle Luske tem a seguinte transcrição:

AULE SERELUS: AFLE SeRELVS KESSv (talvez KESTV) SvNVS NI PANAY AMa MINIMVL VIAN (ou VIA Pe) IKIHII MI SeS S

        Mel Copeland traduziu como:

Ao senhor Serelus cantamos um lamento. Escrevo com amor.  No final, ele vem da Aquéia essa mesma  pessoa.

        A palavra KESTV parece ser a mesma que em latim era questus, us. E PANAY parece ser correspondente ao latino pango (compor, escrever) e MINIMUL parece ser a latina minime (no final).

 

 

 

 

 

O sarcófago de Tarquínia

Larth Ceisinis, Arnthal clan, Velus nephts, avils LXX lupuce

Lart Quesínio, filho de Arntal, neto de Velo, morreu aos 70 anos.

 

O sarcófago de Tarquínia

        Uma outra inscrição funerária encontrada em Tarquínia, datada do século II a.C., diz:

Ramtha mutalnei Para Ramtha Mutalna
sech marces mutalna Filha de Marcus Mutalna
puiam amce shethres ceisinies e ela foi esposa de Shetre Ceisinie
cisum tameru (....) lafnasc e três vezes a sagrada (...) para a   família lafna
matulnasc e para a família mutalna (?)
clalum ceus ci clenar para ele ela três filhos
m (acn)anas arce após dar à luz ela construiu
lupum avils mach e ela morre no ano cinco
shealchlsc e sessenta
ei tva tame (....) o sacerdote o construiu (...)

Para Ramtha Mutalna. Ela era filha de Marco Mutalna e esposa de Shethre Cesinas. Três vezes o sacerdote (...) para os Lafnas e os Mutalna. Após ter tido três filhos, ela construiu este e morreu com a idade de 65 (anos).
O sacerdote o edificou (...)

 

O Ladrinho de Capua

Extraídas do CIE (Corpus Inscriptionum Etruscorum)

(...)pote_Capua.gif (72734 bytes)

 II

išveitule ilucve apirase lethamsul ilucu cuieschu perpri cipen apires racvanies huth zusle rithnaitul tei snuza intehamaithi cuveis cathnis f[a]nir marza inthamaithi tal sacr utus ecunzai itialchu scuvse rithnaitul tei ci zusle acunsiri ci ma nuntheri eth išuma zuslevai apire nuntheri avthleaium vacil ia lethasul nuntheri vacil ia rithnaita eth athene ica perpri celutule apirase unialthi turza eschathce ei išum unialth ara epn icei nunthcu ci iei turzai rith[n]aita ei tva halch apertule a es ilucu vacil zichne elfa rithnaitul traisvanec calus zusleva atu(---)ne inpa vinalth acas a es ci tartiria ci turza rithnaitula snenaziulas travai user hivus nithusc rithnaitula hivus travai user sne[na]ziulas

 

III

Išveitule ilucve anpilie laruns ilucu hu-ch šanti hušialchu eschathca nulis muluri zile zizri inpa [--]an acasri tiniantule lethamsul ilucu perpri šanti arvus ta aius nuntheri

 

IV

acalve apertule saluzie lethamsul ilucu perpri šanti ma vilutule itir šver falanthur husilitule velthurt[-- ni]sc lavtun icni seril turza eschathce // pacusnašie thanurari turza eschathce nisc lavtun icni zusle šelace iulese salche icala iei cle[--]ai stizai tei zal rapa zal [t]a[rtir]iac lavtun icni seril turza eschathce lachuth nuntheri [--]ei tu casri lachth turzais eschathce veci[l]thi acas eth zusleva stizai tei acasri pacus[n]ašiethur lathiumiai zusle išicha iei tartiriiai fanusei papthiai ratu cechiniai tei turza eschathce eth [zus]l[e]

 

V

parthumi ilucve išveitule tinunusse thumsalc ilucu perpri cipen tartiria vac fulinušn[---]v[-] etul ana tinusnal ilucu ituna fulinušnai thenunt eth u[--]

 

Disco de Magliano

inscr_etr_Magliano.gif (69997 bytes)

        O Disco de Magliano é uma placa de chumbo, provavelmente do século V a.C. Parece ser oráculos a diversas deidades.

Lado A

Cauthas tuthiu Para Cautha se dá
avils LXXX no seu ano 80
ez chimthm um chimthm
casthialth lacth se oferece um lachth a eles
hevn avil
neshl man murinash ie falzathi ao homem morto, o túmulo no qual descansará
Aiseras aos deuses
in ecs se dá, (...) dá ofertas
mene mlathce marni tuthi
tu chimthm dois chimthm
castialth lacth se oferece um lachth a eles
marishl menitla a maris menit
afrs em abril
cialath chimthm um terceiro chimthm
avilsch no ano
eca cepen tuthiu o sumo sacerdote dá este
tuch icu tevr ele louva o deus-lua
heshni mulveni (...) o oferece
eth suci am ar e ele sacrifica um suci (e) um am

 

Lado B

mlach thanras calusc um ofertório para Thanra e Calu
ecnia IV avil se faz durante quatro anos
mi menicac marca lurcac me oferece (...)
eth tuthiu e se dá
nesl man rivach leshcem ao homem morto o túmulo e o rivach e se dá
t nucasi shuris eisteis  
evi tiuras mulsle mlach se oferece um presente a Tiur
tins a Tin
lursth um lustrum
tev ilache huvi ele lhe oferece
thun lursth este lustrum
sal afrs naces o (...) de abril

 

O Epitáfio de Laris Pulena

Na transcrição, usa-se th para o teta e ch para o chi

L[a]ris Pulena larces clan larthal ratacs

velthurus nefts pru[mt]s pul[ena]s larisal creices

an cn z[i] ne šra[c] acasce creals tarchnal spu reni lucairce ipa ruth cva ca as hermeri slicache[š]

aprinthvale lu cva cathas pachanac a[l]umnathe hermu

mele crapic ces p[ut]s im culsl [lep]rnal pšl varchi cerine pul

alumna th pul hermu huzrnatre pšl t[en] (...)[ci] methlumt pul

hermu thutuithi mlusna ranvis mlamn[a] (...) mnathuras par

ni amce leše [h]rmrier

 

Glossário num_etruscos.jpg (6979 bytes)

Letra A

ais (plural aisar) deus
am ser
an ela
apa pai
ati mãe
avil ano


Letra C

ci três
cezp oito
clan (plural clenar) filho


Letra E

eca este

 

Letra F

fler ofertório, sacrifício


Letra H

hinthial espírito
huth seis


Letra I

in ele


Letra L

lauchum rei
lautun família
lupuce é morto


Letra M

mach cinco
mi, mini eu, me
mul- oferecer, dedicar


Letra N

neftsh neto
nurph nove


Letra P

puia esposa


Letra R

rasenna ou rasna etrusco
ruva irmão


Letra S

semph sete
shar dez
shuthi tumba
spur- ou shpur- cidade
sren or shran figura, desenho, imagem


Letra T

thu- um (numeral)
tin- dia
tiv mês
tular fronteiras
tur- dar


Letra U

urbs cidade, vilarejo


Letra Z

zal dois
zich- escrever
zilach um tipo de magistrado

applebar.jpg (1406 bytes)

voltar para o Índice Geral da Europa

recue.gif (1142 bytes)

lflav.gif (1515 bytes)

Proto-história Índice Geral da Itália

applebar.jpg (1406 bytes)

Administrador: Marco Polo Teixeira Dutra Phenee Silva