As 7 magníficas, assim foi chamado a equipe americana de ginástica antes das Olimpíadas de Atlanta. Era o melhor grupo já visto em todos os tempos:

Amanda Borden, Amy Chow, Dominique Dawes, Dominique Moceanu, Jaycie Phelps, Kerry Strug e Shannon Miller

Num trabalho que vinha sendo realizado desde as Olimpíadas de Barcelona em 1992, os Estados Unidos conseguiu reunir a nata do esporte sob a orientação de Bela Karplyi.

Num momento em que o mundo da ginástica encontrava-se sem um dos melhores competidores, a tão temida União Soviética, cuja equipe feminina nunca havia perdido uma Olimpíada, a exceção de Los Angeles 84, e em seu lugar vinha uma equipe Russa cuja classificação no último mundial fora um 4º lugar, a equipe americana formada básicamente de ginastas na faixa dos 19 anos, e contando com o enfraquecimento da equipe romena depois da lesão de uma de suas melhores ginastas Ana Maria Bican, conseguiu pela primeira vez a medalha de ouro na competição por equipes. Título inédito, pois em toda sua somente países europeus conseguiram este título.

Logo nas primeira fase da competição, os exercícios obrigatórios, a equipe americana já demonstrava a que veio, correndo por fora, a Russia, que não tinha a menor esperança de alcançar bons resultados comemorou a segunda posição, era a melhor chance desde o fim da União Soviética de alcançar a primeira posição no ranking da ginástica artística.

A noite de 23 de julho de 1996, o mundo jamis esqueceu. A equipe era formada por:

Amanda Borden, 18 anos, em 1992 uma lesão a deixou fora da equipe que foi a Barcelona. Em Atlanta, como a capitã da equipe, Borden conseguiu sua melhor performance na trave e no solo. Na primeira e ultima rodada ficou na reserva, cedendo para Amy Chow seu lugar.

 

Amy Chow, 18 anos, em sua primeira olimpíadas, logo na primeira rodada conseguiu classifcar-se para a finas das barras, o aparelho que mais gosta e onde já criou dois movimentos cujos nomes são chow 1 e chow2. Não comeptiu na trave, pois no nacional havia levado um sério tombo onde bateu com a parte frontal da cabeça na trave, não conseguindo concluir o exercício.

Dominique Dawes. 19 anos, uma das melhores ginastas americanas, foi a ginastas que mais títulos nacionais ganhou, em 1993 perdeu o mundial para Shannon Miller ao escorregar no último salto sobre cavalo e cair sentada. Em 1994 venceu o AA do US National e todas as outras quatro competições individuais derrotando a então campeã mundial Shannon Miller.

 

Dominique Moceanu, 14 anos, treinada por Bela Karolyi materializou o sonho de seus pais, imigrantes romenos e ex-ginastas, foi a mais jovem campeã nacional aos 13 anos em 1995, e melhor ginasta classificada no mundial daquele anos em Sabae - Japão. Em Atlanta tinha difícil tarefa dese tornar a nova Nadia Comeneci, sua aparição trouxe de volta Karolyi que já Bela havia se retirado,e de medalhas.o público que depositava nela todas as suas esperanças

 

Jaycie Phelps, 16 anos, uma das esperanças para Sidney 2000, Jaycie surpreendeu os americanos ao liderar quase todo o US National de 96, na última rodada, no salto, foi ultrapassada por Shannon Miller. Com uma coreografia ágil encantou o público do Georgia Dome.

 

Kerry Strug, 18 anos, em Barcelona- 92 viu sua chance de fazer uma final do AA ir por água abaixo, quando empatada com sua compatriota Kim Zsmeskal, também treinada por Bela, acabou sendo preterida. Depois de Bracelona andou perambulando de técnico em técnico, pois Bela decidiu se aposentar quando Kim anunciou sua retirada do esporte, retornando com o surgimento de Moceanu. Kerry que quase perdeu a vaga para ir a Atlanta, saiu das sombras de suas compatriotas mais famosas para protagonizar um dos momentos mais emocinantes já ocorridos em toda história dos Jogos Olímpicos.

Shannon Miller, 19 anos, em Bracelona 92 protagonizou a mais apertada disputa por uma medalha de ouro na final do AA da ginástica. Perdeu por 0,012 pontos para a ucraniana Taitana Gutsu, da equipe unificada. Shannon é a mais condecorada ginasta americana de todos os tempos, 5 medalhas em Barcelona(2 pratas e 3 bronze), bicampeã mundial no AA(93 e 94), campeã mundial nos aparelhos (93 - salto,barras e solo, 94- trave), e inúmeros outros títulos. Companheira de quarto de Kerry Strug, só não tinha uma medalha de ouro individual da Olimpíada.

 

Bela Karolyi, o maior técnico que a ginástica já viu aparecer, ex-pugilista, o romeno Bela descobriu Nadia Comeneci ainda pequenina, treinando-a conseguiu que ela tirasse a primeira nota 10 em uma Olimpíada -1976, e ainda levasse o primeiro ouro da Romênia numa final do AA. Em 1980, no Mundial de Fort Knox nos EUA, pediu asilo, junto com sua mulher Martha. Em 1984, nas olimpíadas de Los Angeles, fez com que Mary Lou Retton conseguisse o ouro do AA derrotando Ecaterina Szabo da Romênia. Em 1991, foi a vez de sua pupila Kim Zmeskal vencer o AA do mundial, depois de ter sido camepã americana junior(89) e nacional(90,91e 92), entre outros. Em Atlanta, tinha Dominique Moceanu.


A final por equipes

A equipe russa começou dominando a competição, porém erros fatais foram afastando-nas cada vez mais do ouro olímpico. As americanas, alcançaram a 1ª posição na segunda rodada, na trave. Tinha a seu favor todo o público do Georgia Dome.

Uma a uma, cada ginasta fazia o público vibrar, ora era a entrada perfeita de Borden na trave, ou os flips e o mortal de Moceanu, a empolgação de Kerry no solo, o que se viu foi um grupo unido como nunca se tinha visto, mínimos erros, ao contrário das russas, que a cada rodada pareciam perdidas. A impressão que se tinha era que a equipe russa era formada apenas por Khorkhina, Galyeva e Kochetkhova, que lutavam contra sete poderosas ginastas, mas era impossível.

Duas vezes Amanda

Shannon Miller na trave parecia divina, e justo ela que no campeonato nacional tinha desequilibrado, caido, lá no Georgia Dome parecia tocada pela mão de Deus, mas no solo, foi às lágrimas ao cometer sérios erros e receber a nota mais baixa da equipe; a Romênia, a essa altura era carta fora do baralho, amargava a 3ª posição.

O salto, último aparelho das americanas, no solo a russa Yelena Grosheva, mostrava que ainda havia uma chance. A primeira a saltar foi Amy Chow, depois Jaycie, Dawes, Shannon. Quando Moceanu se preparava para saltar, apenas poucos pontos as separavam do ouro, já que no solo apenas Grosheva havia conseguido boas notas. Domi correu, saltou e caiu. O público não parecia acreditar, mas ainda tinha outra chance. Novamente Domi caiu, seus pais pareciam não acreditar no que estavam vendo, e nem mesmo Domi. Ficou, então, a cargo de Kerry, também treinada por Bela, de conseguir o ouro. No solo Dina Kochtkhova tentava em vão fazer uma boa apresentação, Kerry que sempre viveu a sombra de Kim Zmeskal e depois de Domi, se preparava para saltar. Kerry, que já vinha com algumas lesões por stress acumuladas no tornozelo, correu pra o salto, na aterrissagem caiu também. Era inacreditável, não podeia ser verdade, a tão pouco da tão sonhada medalha, e perder assim!

Kerry sentia dores, e Bela lhe gritava: "You can do it"(você pode fazê-lo!), Kerry, que nos 30 segundo de intervalo entre um salto e outro, não podia ser atendia por um médico precisava decidir, sozinha. Havia dois caminhos a serem seguidos, desistir por causa da dor ou tentar saltar. Optou pela segunda, correu, salto, e numa aterrissagem perfeita, seguida da dor e da retração da perna esquerda. Kerry fez 9.712 e garantiu o ouro.

Os minutos seguintes foi dos mais emocionante e angustiantes que o público já tinha presenciado, Kerry, chorando de dor, sem conseguiur posar o pé no chão, foi carregada para ser medicada, para depois, ao lado de suas companheira, nos braços de Bela, subir ao podium para receber sua medalha e ser aclamada pelos presentes. As russas se debulhavam em lágrimas, pois estiveram tão perto de uma medalha como jamais estiveram, e perderam. As romenas pareciam indiferentes, pois já sabiam que sem Ana Maria Bican não teriam chance alguma, a forte equipe chinesa ficou indignada com a 4ª posição depois de terem relizados as melhores e mais difíceis execuções. Venceu a simplicidade e experiência.

 

Amanda, Dawes, Amy, Jaycie, Domi, Kerry e Shannon


final do AA parecia que ia se transformar na maior festa americana, pois a queridinha dos americanos, Dominique Moceanu substituiu Kerry, Shannon mesmo depois do péssimo desempenho no solo ainda conseguiu classificar-se como a melhor americana, e Dawes atravessava uma ótima fase.

Na trave, Domi, teve alguns desequilíbrios, ao contrário da noite da vitória, cuja execução foi quase perfeita. Na segunda rodada Shannon passou a liderar depois da ótima execução da trave, mas a pressão de ter de alcançar o ouro perdido em Barcelona foi maior, no solo Shannon sucumbiu.

Dawes, que vinha logo atrás, repetindo a final do mundial de 93, no solo, depois do 3 1/2 parafuso seguido de um contra-salto para frente, pisou fora do tablado e ainda caiu sentada. Ao final do exercício era a desolação em pessoa.

Dominique Moceanu, que vinha com uma séria fratura por stress na canela, a mesma que tiro a nossa Soraya Carvalho, só obteve a 9ª posição no ranking, atrás de Shannon, na 8ª. A noite foi novamente da ucraniana Lilyia Podkopayeva, primeira ginasta desde da soviética Ludmila Tourischeva( presente com árbitra) a unificar o título do AA de uma Olimpíada com o Mundial e o europeu. 


Final por aparelhos, Shannon substituiu Kerry. Dominique, cujas notas na segunda noite de competção foi uma da melhores, neste dia aterrisou mal e deu largos passos adiantes nas duas tentativas. Shannon, que em Barcelona havia realizado o salto mais perfeito da competição, foi às lágrimas, quando no segundo salto, sua mão machucada escorregou, não deixando-a atingir altura suficiente para girar, caindo sentada. O ouro foi para Amanar da Romênia.

 

Mas nas barras a dúvida era maior, os americanos tinham Dawes e Chow, mais havia a russa Svetlana Khorkhina com seu Markelov e sua incrível mudança de barras, que acabou levando seunome, sem contar que era a campeã mundial e européia naquele aparelho, e Be Wenjing com seu Gaylord. Dawes competiu logo depois de Milosovici , Podkopayeva e Dina. Assumiu a direção até Sveta iniciar sua execução, quando terminou com um duplo com duplo parafuso, todos tinham certeza de que as americanas por mais que tentassem não conseguiriam o ouro. Chow iniciou sua execução, um pequeno erro na saída, mas ainda assim conseguiu a prata. A dúvida era Be Wenjing, só elapoderia alcançar o ouro de Sveta, porém nos últimos giros Be cometeu um erro, uma quebra na coluna que lhe tirou valiosos pontos mas conseguiu nota suficiente para ficar empatada com Chow pela prata. Dawes ficou com a 4ª posição.  


Última noite de competição, e última chance para Shannon Miller. Mais concentrada, uma a uma suas adverrsárias foram caindo, Lilyia, a segunda melhor do mundo e a melhor da Europa, teve alguns desequilíbrios, e ficou na segunda posição, Roza Galyeva que tinha chances caiu, Gina Gogean veio com um exercício um pouco mais fraco mas garantiu o bronze, e Shannon, que no US National tinha aprontado de tudo na trave, estava mais do que segura. Venceu com 9.862. A tão sonhada medalha de ouro individual era sua, e inédita, na quele aparelho.

Domi, observada por Kerry no auditório, era a únicaque poderia ter tirado essa medalha, mas na sequência se saltos, Domi escorregou e caiu espetacularmente de cabeça na trave. Conseguiu sentar sem posar o pé no chão e continuou como se nada tivesse acontecido.

Final do solo, Dawes substituiu Kerry, e Domi, depois da fantástica queda na trave era mais cotada para vencer. Gina Gogean, então campeã mundial naquele aparelho e a chinesa Ji Lyia logo cairam depois de falhas idênticas. Dawes, que na final do AA, perdeu a competição na queda no solo, naquela noite foi quase perfeita, mais do que Domi, a favorita, de reserva alcançou um bom resultado e terminou com o bronze. Moceanu, fez uma boa apresentação mas acabou na 4ª posição, novamente foi Lilyia Podkopayeva quem ficou com o ouro do solo.


Após Atlanta, essas 7 jovens fizeram inúmeras apresentações, muita coisa mudou, Domi deixou Bela karolyi para ir treinar no clube que seus pais montaram, o Moceanu's club, mas não se deu muito bem com os novos técnicos, resultado: uma má atuação no mundial de 97.

Dawes, que queria ser atriz ou agente do FBI, estreou na Brodway. Shannon continua cada vez melhor, junto com Dawes, Amanda e Amy, se dedica agora somente a comeptições profissionais.

Jaycie Phelps se retirou temporáriamente para realizar uma cirurgia no joelho para retirar excesso de cartilagem, mas espera retornar a tempo de integrar a equipe da John Hancock Tour de 98. Devido a esta cirurgia, não foi ao mundial de 97.

Bela Karolyi, o guru desta geração de ginastas, novamente se retirou depois que Domi deixou seu clube, segundo ele dessa vez é definitivo, mas cá para nós, até ele descobrir outra ginasta talentosa!

A Mag7, foram o maior exemplo de que experiência conta muito numa decisão importante, e só se consegue experiência com o tempo, com a idade. Talvez leve algum tempo até vermos novamente uma equipe tão boa com essa, mas com certeza jamais esqueceremos desta Olimíadas.


Desenvolvido com a ajuda de Eduardo Marson

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